Craque tricolor do passado, Altair vive drama pessoal

Um dos grandes laterais-esquerdos da história do Fluminense passa por um momento delicado. Campeão do mundo em 1962 com a seleção brasileira, Altair sofre com o Alzheimer e não recebeu três pensões que teria direito – uma dele mesmo, outra da mulher, que morreu em 2009, e a última do governo federal, que paga uma aposentadoria aos campeões mundiais. O motivo é desolador: por causa do estágio avançado da doença, ele não consegue assinar o próprio nome.

– Ele recebe dinheiro da CBF. As duas pensões que deveria receber de Niterói, que agora é do Banco do Brasil, e o da mulher, do Itaú, estão bloqueadas. Ele não tem condição de assinar e receber o cartão por causa do mal de Alzheimer. Já falei com a promotoria de São Gonçalo, que está analisando o caso, e entrei com uma medida cautelar – contou Luana Galvão, que toma conta do ex-jogador há mais de oito anos.

De acordo com Luana, além das duas pensões, o governo federal também estaria devendo dinheiro ao ex-jogador. Segundo ela, o valor serviria para juntar com a quantia que ele recebe da CBF para formar uma receita mais encorpada.

Altair foi internado no dia 2 de janeiro deste ano, quando passou a não conseguir engolir a comida que era dada a ele. O ex-jogador tem se alimentado graças a uma sonda e continua no Hospital e Clínica São Gonçalo, na Baixada.

Houve auxílio do Fluminense, em 2011, com o Projeto Tricolor Solidário, que serviu para arrecadar fundos para o ex-jogador. O dinheiro, entretanto, nunca chegou ao bolso de Altair. Apesar disso, Ana Luisa Vasconcellos, filha do ex-jogador Jardel Pinto e que ficou responsável pelo dinheiro, garante que os R$ 1,2 mil reais arrecadados – valor confirmado pelos organizadores – foram utilizados para a consulta de um neurocirurgião (que custou entre R$ 450 e R$ 500), além de um exame e também para as despesas de transporte.

Com a camisa do Fluminense, Altair foi três vezes campeão carioca (1959, 1964 e 1969) e duas campeão do Torneio Rio-São Paulo (1957 e 1960). Apesar dos 551 jogos, marcou apenas três gols pelo Fluminense. Na Seleção, foram 22 atuações e duas participações em Copas do Mundo (1962 e 1966).