Veiga se diz magoado com Abad e condiciona saída a grupo político

Ex-vice de futebol critica maneira como aconteceu afastamento

Foto: Lucas Merçon - FFC

Em entrevista à Rádio Tupi, Fernando Veiga explicou os motivos de sua saída da vice-presidência de futebol do Fluminense. Admitiu a mágoa por ter sido exonerado do cargo e, sem citar nomes, diz que sua saída aconteceu por decisão do presidente Pedro Abad após pedido de um grupo político. Mas não se trata da Flusócio e sim de uma das bases de apoio, que foi oposição durante boa parte das últimas eleições.

– Não vou enganar que fiquei extremamente magoado e triste com o desfecho dessa história. Fui um dos caras que idealizou e apoiou a candidatura do presidente. Estou com ele desde muito tempo, sempre ao lado dele, apoiando, lutando. Participei de uma das eleições mais sujas que teve na história do clube. Uma oposição extremamente hostil e violenta. Me considero amigo dele, de muitos anos e, sinceramente, não esperava esse tipo de desfecho, numa primeira crise, vamos dizer assim, que acharam uma solução muito simplista, com viés 100% político. Ele abdicou de um parceiro, de um amigo, fiel, leal em prol de um grupo que era oposição, que bateu nele muito nas eleições, acabou com ele durante as últimas eleições, mas que, de repente, virou aliado. No primeiro pedido desse grupo, ele resolveu atender. E quem pagou a conta foi eu. Na verdade, esse processo de fritura já estava ocorrendo e não é de hoje. A partir do momento que a gente começou a ir mal no campeonato, começaram a pedir minha cabeça. O interessante é que eles não pedem a cabeça do gerente de futebol, mas do vice-presidente. Porque o gerente de futebol trata apenas futebol. Eles não querem saber de futebol, mas de fazer política. Para fazer política, eles querem a vice-presidente. O vazamento do Whatsapp foi irrelevante nessa história toda. Não contei nenhuma novidade, não fui agressivo com ninguém, não desrespeitei o clube, o presidente, o torcedor – disse, Veiga, que completou:

 
 
 

– Aquela coisa que o pessoal gosta, de fazer farofa. Infelizmente foi uma decisão meramente política. Eu tinha um relacionamento muito bom com o Abad, com o Marcelo (Teixeira). Nós três éramos, como eles próprio diziam, a cúpula do futebol, totalmente fechados. Acho que não tinha essa necessidade de querer me limar na primeira crise por causa de um primeiro pedido de um grupo que sempre foi hostil a ele e que agora está na situação por um motivo que não sei. Saio de cabeça tranquila, consciência muito limpa. Sou tricolor, torcedor do Fluminense. Minha preocupação é com o futebol do Fluminense, com o clube. Não tenho preocupação política nenhuma. Não sou politiqueiro. Apesar do meu cargo ser estatutário, político, meu interesse ali era o futebol do clube, era fazer o melhor pelo carro-chefe da instituição. Infelizmente, o clube ainda está muito longe do profissionalismo que a gente tenta pregar, porque as decisões ainda estão tomadas por um viés muito político. Fico de fora torcendo pelo sucesso do clube, do Abad, que é um cara de bem, sofrendo muito com essa situação do clube.