Ceifador lembra que Abel voltou a trabalhar no Fluminense menos de três dias após tragédia (Foto: FFC)

Dentro de campo, Henrique Dourado corresponde. Marcou 32 gols na temporada, 18 no Brasileiro e divide a artilharia com Jô, do Corinthians. Fora dele, tem sido um exemplo, que o técnico do Fluminense, Abel Braga, fez questão de tornar público na entrevista coletiva após a vitória sobre a Ponte Preta por 2 a 0, no Maracanã.

– Ele teve o gol três vezes e todas as três ele limpou o lance. Eu me vi desesperado porque a bola não entrou. Como era quando o Dourado pegava a bola ano passado? E hoje não é só um ídolo no clube, ele representa para nós muito mais do que isso, de jogador titular, artilheiro do campeonato. Vou citar um detalhe nesse ano, muito difícil, principalmente para mim, porque esse menino cansou de almoçar na minha casa quando era da base, junto com o Fábio. O problema do Michael. Nós fizemos de tudo. Tudo que se pode pensar. Chegou num momento que eu vi que eu não ia conseguir, porque era a pessoa mais ligada a ele pela relação que tinha com o meu filho. Fiz ele chorar na frente do grupo para ver se mexia com ele. Vai perder para a droga, cara? Vai perder para um pó? A namorada dele grávida. Aquilo mexeu com ele. Treinou, recuperou seis, sete quilos e depois sumiu de vez. Quando sumiu de vez, Dourado pegou e levou ele para casa. Mostrou um diário que nem a esposa dele viu. Disse para ele: “Ali está tudo que passei na minha vida, as coisas boas e ruins”. Isso mostra o tipo de caráter que tem. Adorado. Simplesmente adorado. Está sempre disponível, para todos, as coisas que faz a nível social… Para o colega, roupeiro, massagista. Ele é isso tudo – exaltou Abel.