Demitida do Fluminense após o caso da revelia envolvendo a ação do técnico Levir Culpi, a ex-funcionária Cecília Almada não está mais desempregada. Pouco mais de três meses após o clube comunicar sua demissão, a advogada fora contratada pelo escritório “Vinhas e Rendenchi”. Curiosamente, trata-se da mesma empresa que presta serviços de ordem jurídica ao Tricolor.

Procurado para falar sobre o caso, o Fluminense preferiu não se manifestar. O NETFLU apurou que Cecília teria sido, supostamente, encaixada numa área que não tem relação direta com os serviços prestados ao clube. Ao tentar contato com o escritório, na busca por mais esclarecimentos, porém, a secretária informou que ninguém da área administrativa, que poderia abordar melhor o tema, estava presente no momento.


 
 
 

No dia 6 de setembro de 2017, o portal NETFLU publicou, em primeira mão, que o técnico Levir Culpi estava processando o Fluminense em mais de R$ 2,8 milhões, cobrando o pagamento de salários, rescisão e outras obrigações trabalhistas. A dívida, no entanto, era bem menor: pouco superior a R$ 700 mil, mas a agremiação não teria como pagar.

Em contato com o site número 1 da torcida tricolor, o advogado do treinador, Fábio Cruz, deu todos os detalhes acerca do imbróglio. Ele explicou, dentre outras coisas, que procurou o departamento jurídico do Flu, representado por Cecília Almada. Cobrando a dívida e observando a dificuldade no feedback por algumas semanas, o advogado fora informado pela mesma profissional que o clube preferiria uma batalha judicial milionária do que tentar resolver a situação naquele momento. Fábio Cruz, então, cumpriu a promessa e processou a instituição.

No dia da audiência, apesar de o clube ter sido regularmente citado e notificado, não houve comparecimento de seus advogados. Isso implicou no seguinte: todas as acusações feitas por Levir seriam acatadas como 100% verídicas. Popularmente falando, “quem cala, consente”. O Fluminense perdeu o processo milionário e, passada toda a confusão, procurou o representante do técnico para tentar fechar, finalmente, um acordo. Ciente de que era mais fácil desta maneira do que tomar novo “calote”, Fábio Cruz abriu conversas com a diretoria.

Dias após a entrevista ir ao ar, o Fluminense lançou uma nota oficial, citando nominalmente a advogada Cecília Almada e a responsável pelo departamento jurídico, Roberta Fernandes. Enquanto a primeira havia sido demitida, a segunda teria sofrido uma advertência. Meses depois, porém, o nome de ambas não contatava mais na nota, que foi editada para abordar o caso de forma genérica. O NETFLU apurou com pessoas ligadas à gestão que ação foi tomada, naquele momento, para evitar processo por parte, sobretudo, de Cecília, devido a exposição de seu nome.

Conteúdo original da nota oficial do Fluminense: 

O Fluminense Football Club informa que a diretora jurídica Roberta Fernandes foi advertida após a falha ocorrida no processo movido pelo ex-técnico do clube, Levir Culpi.  A diretoria também comunica o desligamento da funcionária Cecilia Almada. O Fluminense agradece pelos serviços prestados e deseja sucesso em sua carreira. A gestão ratifica que novos controles foram criados com o objetivo de minimizar o risco de imprevistos e reafirma o compromisso de profissionalização e transparência.

Conteúdo atual da nota: 

Mais de três meses depois, descrição da advertência à diretora jurídica, Roberta Fernandes e a informação sobre o desligamento da funcionária do jurídico, Cecília Almada, foram retiradas do site oficial (Foto: Reprodução)