Evanilson só foi aproveitado no Fluminense quando o contrato estava por expirar (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Paulo Angioni quebrou o silêncio após longo tempo sem conceder entrevistas. Ao ge, recordou seus trabalhos, falou sobre reconstrução de clubes a um caso pelo qual é muito cobrado pela torcida do Fluminense. A saída de Evanilson para o futebol português (Porto) com o Tricolor detentor de apenas uma pequena parcela. O diretor executivo afirmou até ter chorado com o caso do atacante.

– Já passei por clubes que tive muita dificuldade de reconstruir. Talvez o mais difícil de todos para mim foi o Bahia. Graças a Deus cheguei lá e tive a sorte, porque isso não depende só da sua capacidade, de subir no primeiro ano. Cheguei em maio, o Bahia estava há sete anos nas Séries B e C. E em dezembro estávamos na Série A. Aí vem um novo desafio, que é manter na Série A. E conseguimos por dois anos seguidos, no período que fiquei lá. Essa talvez tenha sido a reconstrução mais difícil para mim – iniciou, complementando:

 
 
 

– Aqui no Fluminense já foi bastante desafiador. Hoje tem outro nível de desafio, que é da manutenção do crescimento, porque a reconstrução já existiu. (…) Passei momentos muito difíceis quando cheguei em 2018. Tive uma necessidade de fazer uma mudança para a última rodada do campeonato (demissão do técnico Marcelo Oliveira), uma experiência totalmente nova minha, trouxe a responsabilidade toda para mim, sacrifiquei pessoas honradas. Tive experiências bem marcantes e também algumas lamentações, não tenha dúvida. Uma das grandes é com relação ao Evanilson. Isso me fez chorar bastante. Eu esperava que algumas pessoas pudessem dizer: “Ele não tem responsabilidade nenhuma”. E isso eu não tive. Deixaram tudo na minha conta.

Por fim, Paulo Angioni garantiu não ter passado perto de ser o responsável por Evanilson só ser aproveitado no time principal quando seu contrato estava por expirar, deixando o clube numa situação difícil de negociação.

– Nada. Nessa oportunidade, a gente não tinha acesso nenhum à base. O acesso à base era só para pedir jogador para preencher treinamento. E nunca o Evanilson veio preencher nenhum treino. Vou responsabilizar eles? Não. Porque depois fui buscar o relatório e não vou responsabilizar ninguém. Mas algumas pessoas poderiam ter sido solidárias a mim: “Esse bruxo aí não tem nada a ver com isso”. Mas não, quando se fala em Evanilson, a culpa é do Paulo Angioni. Não é minimamente justo. E eu não fujo da responsabilidade. Não sou de mostrar o rosto nas vitórias, ninguém me vê, mas nas derrotas eu geralmente ponho a cara. E coloquei muito a cara em 2018, que foi bastante difícil para mim. A demissão e a responsabilidade que é ir para o último jogo em que se perdesse caia – disse.