(Foto: Lucas Merçon/FFC)

Finalmente o Fluminense começou a pagar o acordo feito com o seu ex-treinador, Marcelo Oliveira, demitido em 2018, na gestão Pedro Abad, conforme apuração do NETFLU. Após acumular dívidas trabalhistas, o clube foi processado – e perdeu a ação – no valor de R$ 1,1 milhão.

Depois de descumprir alguns acordos, sobretudo na pandemia, o cúpula tricolor entrou nos trilhos no que tange a dívida com o técnico.

 
 
 

– Por incrível que pareça, eles (o Fluminense) estão pagando. Tiveram uma carência de 60 dias a partir do momento em que assinaram o novo acordo. E, quando venceu o período da carência, eles pagaram. Estão depositando, às vezes atrasam, mas nada anormal. Quando pressionamos, eles pagam com a multa – frisou o advogado do treinador, Fábio Cruz, em entrevista exclusiva ao NETFLU.

Entenda tudo o que é cobrado por Marcelo Oliveira:

Os contratos

Marcelo Oliveira firmou dois contratos: um trabalhista, outro de imagem. No primeiro, tinha remuneração de R$ 140 mil. No segundo, de R$ 80 mil. Ambos terminariam em 31 de dezembro de 2018 e tinham previsão de premiação por desempenho e multa em caso de rompimento antes do prazo.

As premiações

No contrato CLT, a bonificação estava assim prevista (nenhuma meta foi atingida):

  • R$ 700 mil em caso de título do Brasileirão
  • R$ 700 mil em caso de título da Sul-Americana
  • R$ 420 mil em caso de vaga na Libertadores (não cumulativa)
  • R$ 400 mil em caso de título do Brasileirão
  • R$ 400 mil em caso de título da Sul-Americana
  • R$ 240 mil em caso de vaga na Libertadores (não cumulativa)

As multas

No contrato de imagem, a bonificação estava assim prevista (nenhuma meta foi atingida):

Caso fosse demitido antes do término do contrato, o treinador tinha direito a receber duas multas: R$ 140 mil no contrato CLT e R$ 80 mil no de imagem.

Os acordos de rescisão

A eliminação na semifinal da Sul-Americana, a má campanha no Brasileirão (oito jogos sem vitória e sem marcar gol) e o risco de rebaixamento fizeram o Fluminense demitir o treinador. Então, dois acordos foram feitos:

CLT: valor líquido de R$ 436.475,26, referente a verba rescisória e multa, dividido em cinco parcelas de R$ 72.745,88 a serem pagas nos dias 7/1, 10/2, 10/3, 10/4, 10/5 e 10/6 de 2019. Além disso, outros R$ 46.604,44 referentes a verbas do FGTS.

Imagem: valor líquido de R$ 322.148,23, referente a vencimentos de outubro, novembro e dezembro, multa e bicho de R$ 2 mil por vitória sobre o Atlético-MG, dividido em sete parcelas. A primeira de R$ 80 mil (7/12/2018) e outras seis de R$ 40.358,04, com vencimento no dia 10 de janeiro, fevereiro, março, abril, maio e junho de 2019.

Os atrasos

No processo, Marcelo Oliveira alega ter recebido apenas R$ 70 mil no acordo de rescisão CLT. Afirma que o Fluminense sequer abriu conta para pagamento do FGTS. E garante que o clube não deu baixa na carteira de trabalho. O ex-treinador tricolor alega ter recebido as quatro primeiras parcelas do distrato do contrato de imagem. Estando três em atraso.

Os pedidos

Os dois acordos de rescisão previam multa de 5%, juros de 1% e atualização pelo IPCA. Desta forma, o técnico decidiu cobrar o seguinte na Justiça:

R$ 561.395,91 a título de verbas rescisórias CLT.
R$ 86.122,46 a título de FGTS devido e multa.
R$ 121.074,00 a título de verbas rescisórias de imagem.
R$ 166.474,00 de honorários advocatícios.

Marcelo Oliveira chegou ao Fluminense na pausa para a Copa do Mundo de 2018, após a saída do técnico Abel Braga. Sob o comando dele, a equipe verde, branca e grená disputou 33 jogos, com 12 vitórias, oito empates e 13 derrotas. Nesse período, foram 26 gols à favor e 34 contra (aproveitamento de 44%).