O Conselho Deliberativo analisará as contas do Fluminense do ano de 2016, o último de Peter Siemsen a frente do clube. A tendência é que essas sejam aprovadas, já que a Flusócio, maioria no Conselho, já assentiu as mesmas. De outro lado, estão grupos de oposição, que são contra, e até de situação, como o MR21, que compõe a gestão Pedro Abad. O fato é: a situação é grave e interfere na formação do time.

O Conselho Fiscal recomenda a aprovação das contas de 2016 sob a justificativa de utilização de critério eminentemente técnico contábil. O parecer faz uma série de ressalvas sobre como o dinheiro foi gerido.


 
 
 

Na temporada passada, o Fluminense recebeu como bonificação R$ 80 milhões pela renovação dos direitos de transmissão. Além disso, mais R$ 52 milhões pelo repasse de direitos de jogadores, a maior fatia vinda da venda de Gerson ao Roma (ITA). Esse dinheiro, uma receita extraordinária, ou seja, que não se repetirá em 2017, financiou o aumento das despesas.

Foi com ele que o clube pagou parte da construção do CT, dívidas antigas que estavam parceladas (com o Porto por Walter e Martinuccio) e fez contratações, como Diego Souza, Henrique, RicharlIson, Renato Chaves, Maranhão, Henrique Dourado, Marquinho, William Matheus, Claudio Aquino, Wellington Silva, Danilinho e Alexis Rojas.

Segunda colocada na última eleição, a chapa de Mário Bittencourt conseguiu colocar 15 representantes no Conselho. Alguns deles elaboraram um documento que será lido na sessão das 20h. A ideia é contrapor e buscar colaborar com a estabilidade financeira.

– É, no mínimo, contraditório recomendar a aprovação com uma série de pendências apontadas – resume o conselheiro Eduardo Mitke, da oposição.

O relatório paralelo questiona o superávit de R$ 8 milhões. Defende que, na verdade, houve déficit de R$ 72 milhões, afinal, a renovação do contrato de televisionamento deveria ser discriminada no balanço dos anos a que se refere, ou seja, 2019-2024. Há o entendimento de que esta decisão visa evitar problemas com o Profut.

Em relação especificamente ao futebol, o ano de 2015 terminou com folha salarial de R$ 4,5 milhões. Em abril de 2016, Fred deixou o clube por R$ 5 milhões, negociado com o Atlético-MG. A alegação era a necessidade de reduzir despesas. Mas a partir do segundo semestre, oito jogadores foram contratados e a folha subiu para quase R$ 7 milhões. O balanço financeiro indica aumento do gasto no futebol de 2015 (R$ 121 milhões ) para 2016 (R$ 181 milhões).

O NETFLU fará a cobertura da votação das contas direto da sede do Fluminense, em Laranjeiras.