Mário diz que dívida do Fluminense está equacionada e equilibrada (Foto: Mailson Santana - FFC)

Atualmente os clubes precisam ter equipes femininas. O Fluminense, claro, segue com o regulamento e tenta avançar no quesito. O presidente do clube, Mário Bittencourt, concedeu entrevista coletiva na última sexta-feira e falou sobre a evolução do departamento no Tricolor e também das dificuldades por falta de profissionalização no segmento.

— O futebol feminino é importante para o Brasil. Gostamos de ter aqui e fizemos vários investimentos. Quando chegamos o time estava isolado e em condições precárias. Integramos a Xerém e o novo prédio que será construído terá o departamento feminino. O futebol feminino é uma obrigatoriedade, acho justo e correto. Os mesmos órgãos que nos impõe, não nos dão incentivos. Profissionalizar algo que quem nos obriga a ter não trata como profissional nos traz dificuldades. O universo desse segmento não é profissional, somos obrigados a manter. Fizemos um grande investimento ao longo de um ano, pagamos as bolsas, como pagamos para os meninos de Xerém. Tentamos, os campeonatos não são transmitidos e fazemos pela FluTV para chamar investidores. Os campeonatos da base masculina são transmitidos, por exemplo, quando a televisão coloca o jogo à noite, a CBF não nos paga quando precisamos bancar a iluminação do estádio – disse, complementando:


 
 
 

— Temos custos que não são suportados por nada além do nosso caixa. Nossa dificuldade para profissionalizar o segmento é porque não é profissional. Nos clubes com condição financeira maior estão pagando salários, fazendo investimento. Tem jogadora que ganhava bolsa de R$ 800 aqui e foram ganhar R$ 10 mil, R$ 15 mil. Não temos como competir neste momento. Com todas as dificuldades, tivemos uma grande evolução e montamos bons times. Temos profissionais qualificados, damos estrutura e acredito que quem está lá está satisfeito. Quem sai sai por questões financeiras que não podemos pagar. Vou sempre aos jogos com as minhas filhas, vamos sempre tratar com todas dignidade, respeito e carinho, mas precisamos que as empresas e as entidades organizadoras nos ajudem financeiramente para fomentar ainda mais o futebol das mulheres.