Preso no início de março pela Polícia Federal em Brasília, o meia Souza falou ao blog “Pombo sem asa”, hospedado no site Globoesporte.com. O meia, campeão carioca com o Fluminense em 2012, que acumula passagens ainda por São Paulo, PSG (FRA), Grêmio e Cruzeiro, ficou dois dias detido por estar, supostamente, ligado a um suposto crime contra a ordem tributária. O apoiador de 38 anos se explicou. Confira a entrevista completa:

– Eu me desesperei porque o traficante sabe que em algum momento vai acontecer isso com ele, o ladrão está preparado para ser preso. A pessoa que foi criada na honestidade não está preparada para essas coisas. Foi um choque para mim. Foi desesperador, uma situação nova na minha carreira. Jamais imaginei passar pelo que passei, mas manda quem pode, obedece quem tem juízo.

 
 
 

“Momento ruim na minha família”

– Se a gente for querer falar de justiça, vai se decepcionar. Um momento ruim na minha carreira, na minha família. Todas as coisas que tenho, as pessoas sabem da minha história. Eu passei fome, nunca peguei as coisas de ninguém. Então hoje estar sendo taxado de uma coisa que você não fez…. Estão cobrando uma coisa que eu não vou poder te falar direito o que é porque é uma parte jurídica e eu fiz até a sexta série, então foge da minha alçada.

“Teve um excesso”

– Estão cobrando uma coisa que no meu modo de pensar não é uma coisa certa, uma coisa que eu não sabia que tinha acontecido. Mas acredito que teve um excesso, porque se fizessem com as pessoas que têm um poder maior o que fizeram comigo, o Brasil seria um país mais bem visto. Mas paciência. Aqui manda quem tem mais poder. Infelizmente aconteceu, agora é lidar com essa situação.

“Não fiz nada de errado”

– O cara chegou lá, falou, e eu tive que lidar com essa situação. Mas a coisa mais tranquila da minha vida, que eu sempre passo pros meus filhos, é eu botar a cabeça no meu travesseiro e dormir. Não fiz nada de errado, e tenho certeza que as pessoas que foram designadas vão provar.

“Prefiro passar fome a passar por isso”

– Eu morei em Maceió, pais separados, morei com os meus avós, minha mãe ficou sumida por dez anos, apareceu depois, me convidou para ir morar com ela. Eu fui morar numa favela. Aí eu imaginei que eu teria uma vida mais solta. Mas foi uma vida mais presa, eu dormia no chão, no meio dos ratos, comia resto de comida, tomava aqueles sucos sem açucar. Mas para mim foi um aprendizado muito grande. Eu passaria dez ou vinte vezes fome, mas não passaria por essa situação que passei agora já no finalzinho da minha carreira porque é uma situação bem constrangedora já que a pessoa sabia que eu estava trabalhando aqui.