Os clubes das Séries A, B, C e D do Campeonato Brasileiro estão em negociação com seus jogadores, via sindicatos, para encontrar uma maneira de atenuar o impacto financeiro da pausa do futebol durante a pandemia do novo coronavírus. As partes têm trocado propostas e ainda não há uma definição sobre o que será feito.

A última proposta encaminhada pela Comissão Nacional dos Clubes, nesta segunda-feira, fala em 20 dias de férias coletivas aos atletas e, persistindo a paralisação das competições, uma suspensão de 25% do salário após este período.

 
 
 

A proposta anterior, recusada pelos jogadores, incluía medidas mais severas: férias coletivas de 30 dias (com metade da remuneração agora e metade no fim do ano), suspensão de 50% dos salários e direitos de imagem nos 30 dias seguintes caso os campeonatos não retornassem e, passado este período, suspensão integral dos salários e direitos de imagem até a normalização.

Atlético-MG, Bahia, Fluminense, Grêmio e Palmeiras são os clubes que estão à frente da Comissão Nacional e na linha de frente da negociação. 

De acordo com o portal Lancenet, alguns especialistas temem um colapso no futebol brasileiro, que só seria solucionado com intervenção financeira do Governo e/ou da detentora dos direitos de transmissão do Brasileirão, a Globo.

Além de não contarem com as receitas de bilheteria, eles temem que os patrocinadores com contrato vigente peçam a suspensão ou rescisão dos contratos devido à falta de exposição. Quem precisa renovar contratos deste tipo também está sofrendo com a incerteza.

Muitos clubes têm dificuldades financeiras sérias mesmo com os campeonatos em andamento, sendo que alguns deles acumulam alguns meses de salários atrasados. Os representantes dos atletas citaram este fato para refutarem com veemência a proposta inicial, que poderia chegar até a suspensão da remuneração.