(Foto: Marcelo Gonçalves - FFC)

Ídolo no Fluminense, Fred está muito perto da aposentadoria. Fará no sábado, diante do Ceará, no Maracanã, pela 16ª rodada do Campeonato Brasileiro, seu último jogo. O portal do jornal Lance listou alguns momentos marcantes da carreira do centroavante. Confira:


Fred começou sua trajetória no futebol em 2002, na base do América-MG, mas foi no ano seguinte que o camisa 9 fez a entrada triunfal no mundo da bola. No jogo contra o Vila Nova-GO, pela Copa São Paulo de Futebol Júnior, o centroavante marcou um gol aos 3,17 segundos. Assim, entrou para a história ao marcar o gol mais rápido do futebol brasileiro, que foi também uma marca mundial até 2009.

 
 
 

Depois do gol na Copinha, Fred subiu para o profissional do Coelho e se destacou no cenário mineiro. Assim, foi transferido para o Cruzeiro em 2004. Com a camisa da Raposa, foi consagrado como o maior artilheiro da Copa do Brasil em uma única edição, com 14 gols.

Apesar das boas atuações no Brasil, foi somente na França que o craque conseguiu levantar a primeira taça. Em 2005/06, sua primeira temporada na Europa, Fred foi Campeão da França com o Lyon. Naquela edição, o atacante marcou 14 gols em 31 jogos.

A boa fase no Lyon (FRA), naturalmente, repercutiu no Brasil. Assim, Fred foi convocado para vestir a Amarelinha pela primeira vez, na Copa de 2006. Na Alemanha, o jogador foi reserva de Adriano “Imperador” e estreou em grande estilo. No duelo contra a Austrália, o mineiro entrou e marcou o primeiro gol pela Seleção Brasileira.

Após conquistar três títulos nacionais na França, Fred quis voltar ao Brasil. Em março de 2009, o centroavante assinou com o Fluminense e, como ele mesmo costuma dizer, encontrou “o amor de sua vida”. Antes da estreia, o pai do camisa 9 profetizou que ele marcaria dois gols. Dito e feito: o goleador estufou a rede duas vezes contra o Macaé, pelo Carioca.

Ainda em 2009, Fred começou a cumprir um papel único no Fluminense. Mesmo fora de campo em boa parte da temporada por conta de lesões, o camisa 9 foi importante para motivar o elenco na luta contra o rebaixamento quase certo. Na decisão contra o Coritiba, o clube conseguiu o milagre tricolor e nascia, ali, o “Time de Guerreiros”.

A temporada de 2010 também foi especial para Fred. Junto ao elenco do Fluminense, o atacante conquistou o Brasileirão pela primeira vez e dava o pontapé inicial para uma das maiores idolatrias do clube.

Em 2011, o camisa 9 decidiu colocar foco máximo na recuperação física. A dedicação surtiu efeito e Fred foi o artilheiro do estadual, com 10 gols. No Brasileirão, fez um golaço de bicicleta contra o Coritiba, o 200° de sua carreira. Pelo feito, ganhou uma placa de prata do Fluminense. Foi a primeira de muitas homenagens que viria a receber do clube.

Fred vinha sendo destaque, mas nenhum ano se compara a 2012. Naquela temporada, o ídolo se tornou o maior artilheiro do clube em Brasileirões e marcou o 100° gol no Fluminense. Em um clássico contra o Flamengo, garantiu a vitória tricolor ao marcar um golaço de voleio, hoje eternizado na memória de todos os torcedores.

Além das marcas no clube, Fred também foi artilheiro do Brasileirão de 2012, com 20 gols. Na briga pelo título, em partida contra o Palmeiras, o camisa 9 marcou duas vezes e foi protagonista do tetracampeonato do Fluminense. Em toda a temporada, foram 30 gols em 45 jogos.

Pelo desempenho na temporada anterior, Fred foi novamente convocado, desta vez para a Copa das Confederações de 2013. O centroavante correspondeu e marcou cinco gols pela Seleção, inclusive na final, contra a Espanha. Ao final da competição, o Brasil conquistou o título e o ídolo tricolor levantou a primeira taça no Maracanã.

A Copa de 2014 prometia muito para Fred, mas acabou sendo o oposto. O camisa 9 não fez boa atuação, marcou apenas um gol e foi duramente criticado pelo país. Na goleada da Alemanha sobre o Brasil, por 7 a 1, saiu vaiado e recebeu o apelido “cone”. Contudo, a torcida do Flu seguiu abraçando o ídolo e forneceu apoio na volta ao clube.

Na temporada seguinte, Fred se recuperou do baque. Foi artilheiro do Carioca, com 11 gols, mas voltou a sofrer lesões. Porém, mesmo sem condições de jogo, decidiu entrar em campo na semifinal da Copa do Brasil, contra o Palmeiras. O camisa 9 conseguiu marcar um gol e levou a decisão para os pênaltis. Apesar da eliminação, demonstrou mais uma vez o amor pelo clube que o tornou ídolo.

Depois de tantas alegrias, o ano de 2016 foi marcado pelo adeus. Após desentendimentos com a diretoria e o técnico Levir Culpi, Fred deixou o Fluminense. Na despedida, se emocionou e disse que “não queria ser um peso”.

Assim que saiu do Fluminense, Fred decidiu voltar para Minas Gerais e assinou com o Atlético-MG. Assim, entrou para o seleto grupo de jogadores que atuaram nos três maiores clubes do estado, ao lado de Toninho Cerezo e Éder Aleixo.

Ainda em 2016, Fred chegou aos 600 jogos na carreira, na vitória do Atlético-MG sobre o Internacional por 3 a 1, pelo Brasileirão. Em 2017, mais um hat-trick na carreira, na goleada do Galo sobre o América-MG por 4 a 1, no Campeonato Mineiro.

Após dois anos no Galo, Fred se tornou centro das atenções ao decidir retornar ao Cruzeiro. Se não bastasse a troca de clube para o maior rival, a transferência se tornou ainda mais polêmica e foi parar na Justiça por conta de uma cláusula no contrato que o atacante tinha com o Atlético-MG. Fred teve uma boa primeira temporada no Cruzeiro, mas depois participou do rebaixamento da equipe na temporada de 2019.

Porém, o “bom filho” retornou às Laranjeiras. Durante a pandemia da Covid-19, o ídolo foi anunciado e recebeu o carinho da torcida, que nunca deixou de pedir a sua volta. O camisa 9, que também é ciclista nas horas vagas, decidiu fazer o trajeto Belo Horizonte-Rio de Janeiro de bicicleta em um tour solidário. Mais de 4 mil cestas básicas foram arrecadadas pela iniciativa e doadas para pessoas em vulnerabilidade social.

Fred seguiu escrevendo capítulos na história do futebol nacional na segunda passagem pelo Fluminense. Em 2021, ultrapassou Romário e se tornou o segundo maior artilheiro do Brasileirão, com 157 gols na época, atrás apenas de Roberto Dinamite. Além disso, conquistou a marca de maior goleador do Maracanã no século XXI, com 62 gols naquele momento. Com 198 gols, o camisa 9 também é o segundo maior goleador do Fluminense.

Na Libertadores, Fred se consagrou como o segundo maior artilheiro brasileiro da competição, junto com Palhinha e atrás de Luizão. Em 2022, na vitória sobre o Vila Nova-GO, o ídolo passou Romário novamente e se isolou na artilharia da Copa do Brasil, com 37 gols.

Perto da sua despedida, Fred protagonizou mais um momento marcante com a camisa Tricolor. Na vitória Corinthians, no seu penúltimo jogo, o ídolo marcou o seu gol de número 199 pelo Fluminense. Na comemoração, se emocionou e chorou.