(Foto: Reprodução/Globo)

Contrário à volta do futebol no Brasil, o ex-jogador e comentarista Walter Casagrande cobrou uma postura mais enérgica dos jogadores. Presente no Troca de Passes de hoje, o comentarista aproveitou o decreto do prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, para pedir a união dos atletas em relação a retomada das atividades.

– Quem faz o futebol, o artista, é o jogador. Ele é o artista. Está na hora deles tomarem uma posição e decidirem se está certo ou não jogar. Não é o dirigente, presidente, presidente da federação, Presidente da República que vai falar para ir jogar. Os jogadores de futebol têm que olhar a situação que se encontram e decidir se jogará ou não, se é ou não seguro para eles e para a família – disse Casão, que completou:

 
 
 

– Os jogadores de futebol estão parecendo ovelhinhas. Os caras falam, eles abaixam a orelha e ‘Sim, senhor!’. Os jogadores são o quê? A hora que bater de frente, a coisa muda. Quando vai chegar a hora do jogador de futebol se posicionar de verdade e ter conhecimento de que o futebol não existe se eles não jogarem? – questionou.

Vale ressaltar que os atletas do Fluminense publicaram um manifesto recentemente, criticando a pressa pelo retorno das atividades, tal qual o posicionamento do presidente Mário Bittencourt.

O ex-jogador ainda questionou a retomada do Campeonato Carioca na última quinta-feira, no Maracanã, com vitória do Flamengo sobre o Bangu.

– Quinta-feira, Flamengo e Bangu jogaram no Maracanã ao lado do hospital de campanha que, poucas horas antes, tinha tido dois óbitos. A cada 24h no Brasil, morrem mais de mil pessoas. Como é que pode se jogar futebol numa situação dessa? Vai fazer gol para quê? O que você vai comemorar? O gol que faz é muito mais importante do que as vidas que as famílias perderam? Se ganhar o jogo, é mais importante do que a dor das famílias que têm entes queridos no hospital, com medo que eles morram? – concluiu.