Em uma “thread” no twitter, o jornalista Victor Canedo, do Grupo Globo, fez uma reflexão sobre o Fluminense. Desde 2015 lutando sempre na parte debaixo da tabela, o clube se livrou do rebaixamento após a derrota do Cruzeiro na última segunda-feira. Mas o que será do Tricolor no futuro? O profissional de comunicação questiona. Confira:

“Uma reflexão na longa madrugada sobre o nosso futebol e o Fluminense – não necessariamente nessa ordem.

 
 
 

O Fluminense fez mais um campeonato para escapar do rebaixamento. Tem sido assim desde 2015, salvo única exceção em que fez 50 pontos em 2016 (uau, né?). As dívidas já ultrapassaram os R$ 700 mi – e não há no norte uma perspectiva além de se desfazer do talento que sai de Xerém.

Enquanto as contas seguem no vermelho, presidente e vice romperam relações. Não falam a mesma língua desde que foram eleitos e repetem alguns erros já conhecidos de gestões passadas. Desde 2015, o Fluminense teve 10 técnicos diferentes, sem contar interinos.

O elenco é mudado a cada temporada como se eu estivesse jogando Football Manager com orçamento ilimitado. Do time que se salvou na última rodada de 2018 para o que se livrou na 36ª agora só há um titular em comum (Digão). O Fluminense sofreu muito com isso inclusive durante 2019.

Quem se profissionalizou não tem esse temor. E não falo do Flamengo. O Athletico, zombado de “time médio”, já está léguas à frente dos grandes estagnados em suas grandezas e usufrui com títulos relevantes do que implementou lá atrás. O Bahia, em menor escala, pode ser o próximo.

O mais urgente é definir um modelo. Como o Fluminense quer jogar? Qual será o papel da base? A partir daí escolher um treinador capaz, seja ele estrangeiro ou não. Não dar certo de primeira não significa que você deva desistir e voltar à estaca zero (como explicar Oswaldo?!?).

Se há uma direção traçada não precisará acontecer uma pequena revolução a cada mudança. Ninguém pode achar razoável um clube ter média de dois, três treinadores por temporada. E nem pensar que o próximo sempre será o responsável pelo milagre com menos tempo”.