O Fluminense é uma comunidade que se dedica à produção e ao gozo da beleza. Na homenagem rendida ao seu técnico herói, Abel Braga, a mais doce e iluminada torcida do mundo fez o minuto de silêncio mais silencioso da quase septuagenária história do Maracanã. Reverenciava-se a memória de João Pedro, filho de Abel. Era o sétimo dia, mas a homenagem, esta era para sempre.

Do silêncio profundo e da imobilidade dos 30 mil tricolores, todos com seus corações unos ao de Abel, veio uma explosão de palmas, as lágrimas das mãos. Era demais até para a fortaleza Braga, que, inevitavelmente, sucumbiu. Como todos que presenciaram e assistiram à tão tocante manifestação de amor e reconhecimento.


 
 
 

O Fluminense, seu povo, é como uma família: solidária, festeira e muito acolhedora.

O apito final do juiz soou como uma trombeta apocalíptica. O Fluminense, em campo, e sua torcida, lá em cima, puseram os pensamentos a dormir. Durante 90 minutos, todos os envolvidos só fizeram contemplar a beleza estética de um cenário maravilhoso. A família Braga como pano de fundo.

A comunhão Flu-Abel-torcida-João Pedro se ama só com os olhares.

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Este colunista se desculpa com seus leitores por, excepcionalmente nesta e na última semana, ter publicado a mesma crônica nas duas tribunas em que escreve, este NETFLU e o Blog Terno e Gravatinha. É que não saberia como fazer esta homenagem a Abel de outra maneira.