Projeto sofre forte questionamento (Foto: Divulgação)

Esta semana pode ser decisiva para a continuação ou não do Fluminense Samorin. Reuniões no Tricolor serão realizadas e existe a possibilidade do encerramento do projeto na Eslováquia. A diretoria sofre grande pressão para dar fim ao empreendimento em terras europeias. O argumento é de que não há retorno financeiro nem técnico. Entusiastas da ideia, o presidente, Pedro Abad, e o diretor esportivo da base, Marcelo Teixeira, insistem que se deve ter paciência, mas o argumento vem perdendo força com o aumento da pressão.

Dos jogadores que já voltaram de lá, nenhum se tornou uma referência, ou tampouco titular importante no time de Abel Braga. Ninguém também foi vendido. Neste cenário, o site “Globo Esporte” divulgou detalhes de contratos e gastos do Fluminense Samorin. Confira o que foi publicado no portal:

 
 
 

 

GASTOS

O Fluminense ficou responsável por todas as despesas em Samorin, o que dá um total de 64 mil euros por mês (o equivalente a R$ 257 mil, na cotação atual). Isso inclui gastos com contratação de jogadores (brasileiros e europeus), diretoria de futebol, comissão técnica, viagens, manutenção do estádio e investimento em infraestrutura. O Flu precisa pagar esse valor dia 10 de todo mês.

O Fluminense passou a ter o gerenciamento completo de todo o futebol do STK Samorin: time profissional e time sub-19. As demais equipes das categorias de base, o time de futebol feminino e as equipes de outros esportes, como basquete e hóquei, continuaram sob o controle total dos cotistas do clube eslovaco.

O contrato é de 10 anos, podendo ser renovado por mais 10, se houver interesse. Mas pode ser encerrado ao final de cada temporada, desde que a decisão seja avisada com antecedência.

VENDA DE JOGADORES

Revelados em Xerém (os que forem vendidos enquanto estiverem no Samorin): 90% para o Fluminense e 10% para investimento em infrastrutura do Samorin.

Europeus: 70% para o Fluminense e 30% para investimento em infrastrutura do Samorin.

Revelados na base do Samorin: 40% para o Fluminense e 60% para investimento em infraestrutura do clube eslovaco.

Portanto, como base de comparação, o Flu gasta por mês com o projeto praticamente metade do que às vezes desembolsa para mandar um jogo no Maracanã – o valor chega a R$ 500 mil.

Só que as dificuldades financeiras do clube das Laranjeiras chegaram à Eslováquia. O pagamento de salários por lá tem sofrido atraso com frequência. Os vencimentos de março, por sinal, ainda não foram quitados.

Atualmente o Tricolor conta com nove jogadores em Samorin: Matheus Pato, Igor Julião, Fernando Neto, Evanilson, Nascimento, Bernardo Lacerda, Christian, Gabriel Silveira e Matheus Saturnino; além de Gustavo Leal, que integra a comissão técnica. O elenco, ao todo, tem 25 atletas. Qualquer um deles pode ser chamado para o time principal ou sub-20 do Flu, caso seja do interesse dos técnicos Abel Braga e Leo Percovich, respectivamente.

A meta do Fluminense Samorin é subir para a primeira divisão da Eslováquia até a temporada 2019/20 e participar de uma competição europeia até 2021/22. A equipe voltou ao batente no último domingo, após três meses da pausa de inverno, e venceu o Podbrezová por 1 a 0, gol de Christian.

A classificação, no entanto, não é boa: o clube está apenas na 10ª posição da segunda divisão eslovaca, que conta com um total de 16 times. Conquistou 21 pontos em 18 partidas: foram seis vitórias, três empates e nove derrotas.