Dirigente evita falar em “herança maldita”, mas usa o passado para explicar presente difícil do Flu

Fernando Veiga lembra da previsão de déficit milionário

Foto: Nelson Perez/FFC

As decisões nos últimos anos da gestão Peter Siemsen interferiram no momento do Fluminense. Sem citar nomes, nem usar a expressão “herança maldita”, o vice-presidente de futebol, Fernando Veiga, que fez parte da administração anterior, como dirigente da base, em Xerém, falou sobre a situação financeira do clube. Diz entender os anseios do torcedor, mas lembra de como encontrou o departamento de futebol tricolor.

– A gente recebe várias críticas da torcida, que acho justas, pois ela quer o time ganhando sempre, campeão, de que não reforçamos o elenco, só com atletas do Samorin. Vocês acham que não gostaríamos de ter um elenco fortíssimo, cascudo, disputando o primeiro lugar com o Corinthians? É lógico! Antes de ser vice-presidente sou torcedor do Fluminense. Mas a realidade do Fluminense é outra. A gente recebeu uma…Não gosto dessa palavra herança, mas recebemos um clube com orçamento projetado de déficit de R$ 85 milhões. Sem fluxo de caixa, entupido de jogadores com contratos longos, caríssimos, que não tinham a mínima condição de jogar no Fluminense. Como se resolve isso de uma hora para outra sem dinheiro? Ainda bem que temos uma base muito estruturada e pudemos mostrar no início do ano. Éramos a equipe com mais gols marcados, que jogava o futebol mais bonito, dito pela imprensa. Mas não conseguimos manter com essa quantidade de jogadores contundidos. Tivemos problemas com jogadores que estavam sendo negociados. De repente, as coisas não dão certo, isso mexe com a cabeça do garoto. Mexeria com a de um jogador experiente, imagina de um de 19, 20 anos. É um somatório de coisas que faz hoje o Fluminense estar nessa situação.