O empresário Adriano Maurício da Silva, residente de Manaus, no Amazonas, propõe uma ação de cobrança contra o Fluminense, na Vara Cível da comarca do município do Rio de Janeiro. Ele alega que o clube tem de pagá-lo R$ 420 mil por ter indicado e intermediado a negociação com o meia-atacante uruguaio, Michel Araujo.

Na ação, obtida com exclusividade pelo NETFLU (ver acima), Adriano Maurício revela que mantinha constante contato com o chefe do departamento de captação do Fluminense, Ricardo Corrêa, apresentando inclusive conversas via e-mail e Whatsapp com o mesmo (ver imagens abaixo). O autor do processo relata ainda que realizou os procedimentos iniciais para a realização da transferência do atleta, tendo, verbalmente, a anuência do profissional do Fluminense.

Parte da conversa entre Adriano Maurício e Ricardo Corrêa consta no processo como uma das provas do contato entre as partes
 
 
 

Diante deste contexto, o portal número um da torcida tricolor procurou o agente Régis Marques, que participou da intermediação do acordo entre o clube das Laranjeiras e o Racing (URU). Demonstrando chateação, ele negou que Adriano Maurício tivesse qualquer autorização para falar em nome do atleta ou do clube.

– Ele não tem nenhum documento para falar em nome do jogador. Eu não sou empresário do jogador, só fiz a intermediação. O empresário é um uruguaio. Mas essa pessoa não tem nada, uma autorização, nada. Tem um Whatsapp. Ele pode cobrar o que quiser, mas não é agente Fifa. Eu posso fazer o processo, mas ganhar o processo é outra coisa. Eu posso te processar amanhã, mas se eu vou ganhar é outra coisa. O dia que ele ganhar, você me liga. Zero chance. Ele não é agente, não tem autorização do jogador, do clube, nada. Ele tem um Whatsapp que ofereceu o jogador. Mas aí eu posso oferecer o Messi para o Flamengo e esperar na minha casa, para o dia em que o Messi vier – destacou Regis.

O NETFLU tentou contato com o autor da ação, mas até o final desta matéria não obteve respostas. O Fluminense, por sua vez, tem como definição não comentar a respeito de questões jurídicas. Ainda em conversas com a nossa reportagem, Regis Marques reclamou de Adriano, dizendo que cogitou ajudá-lo.

– Ele conversou comigo, eu disse que iria ajudá-lo, mas o cara é um vigarista. Eu não recebi a comissão e ele já quer. Ele queria receber adiantado. Pergunta que negociação ele fez. Minhas eu posso te falar cem. Ele não fez nenhuma. Ele quer receber sem eu ter recebido. Eu disse que iria ajudá-lo, mas sem documento, sem nada. Se me encher o saco, eu também não faço nada – disparou.

Também no processo constam partes de conversas entre Regis Marques e Adriano, cobrando sua parte na negociação. A exemplo do que disse ao NETFLU, Regis salientava ao agente de Manaus que ele não tinha autorização para indicar o atleta, apesar de ter indicado. Adriano também expõe trecho de conversa com o empresário uruguaio do jogador, Dado Ingold (ver abaixo).

Decepcionado com a ação de Adriano Maurício, Regis Marques reiterou que pensou em ajudá-lo quando recebesse algum valor e finalizou:

– A primeira parcela do empresário dele vence agora. Quem intermediou fui eu. Eu disse que iria ajudar, dando alguma coisa quando recebesse. O Fluminense ainda nem me pagou e ele fica me escrevendo mil vezes. É um coitado.

Michael Araújo foi contrato por R$ 4,2 milhões até o final de 2023. O jogador recebe pouco mais de R$ 76 mil em carteira e ainda tenta conseguir seu espaço na equipe titular de Odair Hellmann. Até o momento, ele fez três jogos e não estufou as redes adversárias.