Pedro Abad foi entrevistado pelo Bate Papo Tricolor, um das várias mídias especializadas em Fluminense. As respostas do candidato da Flusócio, apoiado pelo presidente Peter Siemsen, você confere abaixo, na íntegra:

Pedro Abad, gostaria que se apresentasse e dissesse por que quer ser presidente do Fluminense Football Club?


 
 
 

Pedro Abad é um cara de 45 anos, tricolor apaixonado, de arquibancada e que se sente totalmente capacitado pra ser o presidente do Fluminense e conduzir o Fluminense pro lugar onde ele realmente tem que estar que é no topo, ganhando, vencendo, esse é o Pedro Abad que está se candidatando à presidência do Fluminense.

 

Qual a sua análise da Gestão Peter ao longo desses 6 anos?

Eu considero a gestão do presidente Peter Siemsen nesses 6 anos excelente! Diversas conquistas foram alcançadas nesse período que poucas pessoas poderiam achar que seriam obtidas. Nós construímos um CT de primeiro mundo, nós equacionamos todas as dívidas tributárias e trabalhistas, nós ganhamos dentro de campo: um brasileiro, um carioca, e uma Primeira Liga! Nós fizemos reformas no parque Aquático, incentivamos a prática de Esportes Olímpicos, reformamos a sala de troféus, enfim é uma gama de conquistas que realmente, na minha opinião, leva a gestão Peter Siemsen a um patamar muito alto. Foi bastante prazeroso ter participado desse movimento, desses 6 anos. Eu acho que o torcedor tricolor tem que ter muito orgulho do que foi feito nesses 6 anos.

 

É verdade que você estará limitado em suas  funções  de presidente do Fluminense, não podendo representar nem negociar  nada com o poder público em nome do Fluminense?  Você acha que isso enfraquece sua gestão, já que terá que nomear outra pessoa para tal função?

Deixar bem claro, que antes de assumir o compromisso perante aos sócios de me colocar como candidato, eu fiz consultas na Receita Federal e na Controladoria Geral União, no sentido de obter autorização para exercer o cargo de presidente do Fluminense. A resposta foi totalmente positiva, com uma única ressalva, para qual o próprio parecer já dava solução. Embora eu pessoalmente não possa representar o Fluminense perante o poder público, eu posso delegar essa função a uma  outra pessoa do clube. Pode ser um vice-presidente geral, ou um vice-presidente especial para relacionamento com o poder público. Entendo que é normal em qualquer clube, que não seja o presidente que trate diretamente de todos os aspectos relativos à vida do clube. É normal e é saudável o trabalho em conjunto que diversas pessoas cuidem de outros assuntos. Então, na minha gestão, esse assunto certamente vai ser tratado no que diz respeito à presença física perante o poder público por uma outra pessoa. Mas todo o traçado da estratégia e os debates eu vou estar presente.

 

Abad, como irá funcionar o futebol profissional em sua gestão? No seu plano de gestão, o senhor fala em integração total entre profissionais e categorias de base. Como isso irá acontecer?

O futebol profissional, na montagem do elenco, não pode desprezar as informações dos atletas da base. Na hora de você montar o elenco, nem sempre você precisa buscar no mercado um jogador que você já tem nas suas divisões de base e que preenche as lacunas do elenco. Então, às vezes, erros de contratações ocorrem porque você tem um jogador na base que poderia estar ocupado o lugar ou de reserva, ou completando o elenco, ou até mesmo de titular e você acaba indo ao mercado externo buscar esse atleta e investindo recurso numa posição que, talvez, você não precise. Então é muito importante que o gerente da base e o gerente executivo profissional estejam coordenados na hora de montar o elenco de forma que você tenha a maior utilização possível dos atletas que já existiam dentro de casa. É muito importante que essa integração seja total para que a gente sempre possa ter o melhor elenco possível com o recurso que dispomos para investir.

 

Ainda sobre Xerém, o senhor fala sobre ampliação de investimentos no CT Vale das Laranjeiras. Pode nos adiantar que tipo de investimentos pretende fazer?

Os investimentos são primeiro em infraestrutura.  Em melhorar os equipamentos para os atletas treinarem. Também no sentido de capacitar os profissionais que trabalham em Xerém com técnicas mais modernas, incluindo as tecnologias e conhecimentos que vão ser obtidos com o Flu Samorin na Europa. E por último, investir em captação de atletas para as divisões de base e para que, posteriormente, se juntem aos profissionais.

 

Abad, sobre o Flu Samorin, o senhor vai manter Marcelo Teixeira à frente do projeto? 

Marcelo é uma pessoa de alta capacidade técnica, impressionante. Ele que implementou o projeto Flu Samorin e certamente vai continuar comandando a base e o projeto Flu Europa. O investimento vai continuar sendo feito no Fluminense Samorin, a gente pretende que dê frutos em pouco tempo. É um projeto fundamental para o Fluminense porque forma jogadores melhores, adaptados a uma nova cultura, que já entendem o método europeu de jogo e estão acostumados a uma nova realidade e voltam muito mais maduros para o Fluminense. Às vezes, falam uma linguagem diferente do que eles conhecem que é o português, e daí vão amadurecer como pessoa e a gente acredita que uma pessoa melhor se torna um atleta melhor, então o Flu Samorin é muito estratégico para o Fluminense e esse investimento vai continuar com Marcelo Teixeira à frente do projeto.

 

Tem a questão que foi anunciada pelo presidente Peter Siemsen sobre a construção do novo estádio. Além disso, tem a questão do Maracanã, Edson Passos e Laranjeiras. Que projetos o senhor tem para a utilização de cada um deles?
Laranjeiras, eu penso principalmente, como um estádio pros jogos das divisões de base.  Um estádio que vai se inserir num projeto de revitalização de Laranjeiras com a saída do futebol profissional para o CT da Barra e a minha intenção é usar isso aqui como um estádio para que as divisões de base possam jogar. O Maracanã é um assunto que vem sendo tratado junto ao estado, e junto às demais partes desse processo e o fato é que o Fluminense precisa de um estádio pra jogar e esse estádio vai ser o Maracanã, podendo haver a utilização de Edson Passos em conjunto, pra jogos de menor apelo em que o Maracanã se torne grande demais e venha dar prejuízo. Nosso estádio, que eu sempre penso no nosso estádio, nós fizemos um documento muito importante, que é um memorando de entendimentos em que o Fluminense vai correr atrás de viabilizar um projeto para uma área, projeto o qual, envolve a construção de um estádio. Então, cabe ao Fluminense trabalhar junto ao poder público municipal no sentido de tornar aquela área edificável, e aí o Fluminense passa a ter direito a um terreno de 60 mil metros quadrados onde a gente pretende construir um estádio.

 

Pedro Abad, sobre o CT, já foi falado pelo Senhor em terminar o CT. O senhor pretende manter o Pedro Antônio à frente do projeto na sua gestão?

Sem dúvidas, o Centro de Treinamento foi uma obra tocada de uma forma inacreditavelmente boa, um empreendedorismo ímpar do Pedro Antônio, fez isso acontecer muito rápido, na obra todos os dias, incessantemente, ajudou o Fluminense inclusive financeiramente na obra também, e sem dúvida nenhuma terminar o Centro de Treinamento é um objetivo meu, a gente vai terminar esse Centro de Treinamento e o Pedro Antônio é peça chave nisso, e ele vai, com certeza, conto com ele, pra terminar esse motivo de orgulho pro nosso torcedor.

 

O Fluminense ficou praticamente uma temporada sem patrocinador máster. Desde a saída da Unimed, e depois com problemas com a Guaraviton (Vitton44). Que projetos o senhor tem para atrair novos patrocinadores? E a Dry World, o Fluminense já não esperou demais?

Bom, patrocinadores novos a gente tem que fazer um trabalho, que já vem sendo feito pelo marketing de hoje, de valorização da camisa. O que acontece é que a situação econômica do país não é favorável, e a camisa do Fluminense é uma camisa que é de muito valor, ela dá muito retorno pra quem associa sua marca a ela. Então, a contrapartida por essa exposição não são valores baixos e às vezes as empresas protelam um pouco esse investimento. De qualquer forma, se a gente analisar os patrocínios dos clubes da série A, você pode ver que, excetuando os bancos públicos, Caixa Econômica e Banrisul, você praticamente não tem patrocinadores privados, ou o clube não tem patrocínio, é extremamente difícil você encontrar uma empresa patrocinando. Mas o Fluminense está em busca do seu patrocinador e envolvendo inclusive outras propriedades nessas tratativas. No que diz respeito à Dry World, foi uma tentativa de fazer algo novamente inovador, pioneiro, com valores financeiros bem melhores para o clube, mas a operação não foi boa, não atendeu às diversas demandas do clube e é natural que a gente comece a pensar em trocar.

 

Abad, sobre relacionamento com a FERJ. O que a gente pode esperar com o senhor à frente da Presidência?

Não só com a FERJ como qualquer outra entidade, a defesa incessante do direito do Fluminense. Se o Fluminense tiver seu direito agredido, a gente vai partir pra cima pra defender, se necessário com briga sim, ressaltando que é sempre melhor você conseguir dialogar e chegar a acordo, mas se não for possível, o interesse do Fluminense tem que prevalecer, o interesse legítimo, justo, e eu como presidente vou atacar firmemente qualquer tentativa de fazer com que o Fluminense não tenha seus direitos respeitados, seja a federação seja qualquer outro clube.

 

Abad, sobre seus planos pra sede social e esportes olímpicos. Recentemente o senhor ganhou o apoio do pessoal dos Esportes Olímpicos, então quais os seus planos?

Bom, primeiro falando sobre os esportes olímpicos. Foi com bastante prazer que eu fui objeto da confiança, da unanimidade dos diretores, além disso conversando com pais, com alunos e com os professores e sempre mostrando como fazer a prática de esporte olímpico no Fluminense ser incentivada. Então a gente, o Fluminense conseguiu obter as suas certidões negativas de débito que permitem que o Fluminense capte recursos no mercado, junto às instituições públicas, e o resultado disso é que nós já conseguimos captar duas vezes, totalizando mais de sete milhões de reais, pra custeio de esporte olímpico. E eu coloquei muito claro para esses diretores e pra essas pessoas da comunidade, que nós vamos incentivar ainda mais a coleta de recursos fora do clube através desses incentivos. Além disso, nós vamos ter um profissional de marketing dedicado ao esporte olímpico, pra buscar patrocínio e recursos pra impulsionar a estratégia de cada esporte dentro do Fluminense. No que diz respeito à sede, com a mudança do futebol para o Centro de Treinamento, vamos abrir muitos espaços aqui dentro, e a gente pretende fazer um estudo de todos os esportes, todas as áreas de atuação do clube, pra fazer uma reorganização dos espaços internos do clube. Algumas demandas que os sócios nos pedem, e que às vezes a gente não vislumbrava espaço, agora a gente vai conseguir entrar nelas e a gente vislumbra a possibilidade de elaborar um plano diretor do clube, de forma que a gente tenha uma ocupação mais racional de todos os espaços dentro do Fluminense.

 

Abad, você falou agora do marketing, quais são seus planos para a pasta, que é considerado por muitos, um dos pontos fracos da atual gestão?

É, sem dúvida, o marketing do Fluminense não foi aquele que o tricolor espera, mas o que eu posso dizer para você, é que, nosso departamento de marketing precisa de mais pessoas trabalhando, nossa equipe é muito enxuta, e muitas vezes as boas ideias que aparecem, não são levadas a efeito e da forma mais satisfatória porque nós não temos uma equipe realmente grande, então nós precisamos investir em mais equipe, e principalmente direcionar estrategicamente o departamento para uma aproximação cada vez maior com o torcedor. É fazer com que o torcedor se engaje ao clube, que ele cada vez mais seja participativo da vida do clube, que ele se interesse pelas coisas do clube e que receba conteúdo relevante e em tempo hábil, então a gente pretende efetivamente dar esse novo direcionamento para o marketing no sentido de aproximar e engajar o torcedor na vida do Fluminense.

 

Abad, essa gestão, agora vamos falar sobre Sócio Futebol, já realizou duas mudanças no formato do SF para angariar novos sócios, chegou a ter uma grande adesão com o Ronaldinho Gaúcho e hoje tem cerca de 33.000 sócios. Que planos o senhor tem para o Sócio Futebol? No seu plano de gestão, o senhor fala muito em aproximação com interior do Rio e de outros estados.

O Sócio Torcedor vai fazer parte dessa nova estratégia que eu te falei sobre a aproximação com o torcedor, o Sócio Torcedor é muito visto como plano de ingressos, mas ele tem diversos outros benefícios que também fazem a associação valer a pena. Então o Fluminense precisa encorpar esse rol de benefícios e dar publicidade a eles, ao mercado, de forma que o tricolor ou até mesmo o não tricolor tenha interesse em fazer parte do plano, pelos seus benefícios também, de forma que não seja só o ingresso a única atratividade. Paralelamente a isso, o torcedor que está fora do Rio de Janeiro, tem que ter uma atenção diferenciada também, a gente precisa crescer a nossa torcida nesses locais, e aí o projeto da “Embaixada” vai nesse encontro, onde a gente percebe que além do ambiente virtual da “Embaixada”, mas que também tenhamos ambientes físicos, onde o tricolor vai se encontrar, para assistir o jogo, ou para fazer uma resenha, e aí que o clube entra dando apoio institucional para que esses locais físicos sejam criados e inclusive tenham a possibilidade de fazer a associação na hora daquele tricolor ao clube, então a gente junta duas ações importantes, com o mesmo objetivo, que é trazer o torcedor para perto, para dentro do clube.

 

Abad, o Fluminense hoje é equilibrado financeiramente? Como vai funcionar, na prática, a gestão transparente e eficiente com balanço financeiro e auditado?

O Fluminense hoje tem as suas dívidas equacionadas. As que causariam mais transtornos ao Flu eram as dívidas trabalhistas e tributárias e hoje nós não estamos mais sujeitos a isso, então o fluxo de caixa do Fluminense é mais facilmente planejado. Não quer dizer que a nossa situação seja confortável porque um clube com uma dívida como a nossa sempre requer que essa mentalidade de equilíbrio financeiro seja mantida. Então quando dizemos que a gestão será mais transparente e com balanço auditado, nós queremos dizer que esse equilíbrio financeiro e essa responsabilidade serão mantidos e que qualquer um que leia as demonstrações financeiras do clube entenderá perfeitamente qual é a situação do Flu. Esses documentos melhoraram muito e hoje são de uma qualidade muito superior ao que eram antes da gestão Peter e o nosso compromisso é manter e aprimorar no que for possível a qualidade das demonstrações e trazer ao torcedor os fatos que são importantes para a vida financeira e econômica do Fluminense, que é a gestão transparente que eu cito.

 

O que o senhor tem a dizer das declarações de Jackson Vasconcelos que “Acho que o Peter vai colocar alguém de vice! No primeiro problema, Abad sai para o Vice assumir”? 

É uma declaração absurda! Não existe a menor possibilidade de um arranjo desse. Eu estou me colocando à disposição do Fluminense por amor, não tenho o menor interesse pessoal nisso. Não iria me prestar a um papel ridículo de servir de testa de ferro para uma outra pessoa assumir. Quando eu for eleito presidente do Fluminense, vou exercer com muita paixão, com muita racionalidade, com muito zelo. E eu não iria admitir nunca envolver meu nome em tramoia para enganar o sócio, burlar o processo eleitoral. Eu considero essa declaração absurda, desprovida de qualquer sentido.

 

Nós do Bate Papo Tricolor, gostaríamos de agradecer imensamente  a sua  entrevista, pelo bate-papo que foi bastante esclarecedor, e acreditamos que para os associados, os votantes e torcedores do Fluminense também.  A gente pede que o senhor deixe uma mensagem para eles.

O que eu quero dizer pro tricolor é que eu tô (sic) aqui para fazer uma gestão que vai cuidar muito fortemente do nosso futebol, com um modelo diferente. Nós vamos fazer um futebol muito diferente do que vem sendo feito. Eu tô (sic) com muita vontade de assumir. Me sinto totalmente preparado. Passei seis anos conhecendo aqui o Fluminense e o que ele tem de potencial. Quais são as questões que precisam ser resolvidas e tô (sic) muito motivado. Muito motivado mesmo e conto com o apoio de cada um de vocês para que a gente consiga colocar o Fluminense, cada vez mais em um lugar alto, que ele sempre ocupou, de vencedor, de destaque, seja em qualquer aspecto onde ele esteja presente. Conto com você no dia 26 de novembro, pra vir aqui dar esse voto de confiança, para que a gente possa exercer mais três anos de avanços na estrutura do Fluminense, do futebol, enfim, e em tudo que diz respeito ao Fluminense.