Foto: Lucas Merçon/FFC

Marcar muitos gols e sofrer poucos é o primeiro caminho para obter sucesso. O Fluminense de Abel Braga vem de cinco vitórias seguida e quatro jogos sem sofrer gol. Seria o indício de que o time, enfim, encontrou o equilíbrio desejado? O portal “Globo Esporte” elencou os motivos da boa fase do Tricolor:

Tempo para trabalhar


 
 
 

Da partida contra o Macaé até o confronto contra o Salgueiro, foram 11 dias sem jogos. Neste intervalo, foram sete dias de treinos, alguns deles com dois turnos, e quatro folgas. Abel Braga teve tempo para corrigir erros, testar variações e entrosar a equipe.

Maior entrosamento

O Fluminense perdeu sete titulares na virada do ano: Cavalieri, Lucas, Henrique, Wendel, Scarpa, Wellington Silva e Henrique Dourado. É um time novo em 2018, onde poucos jogadores haviam jogado juntos. Demanda tempo, jogos e treinos para os jogadores pegarem entrosamento. E isso está começando a acontecer.

Esquema tático

Abel elegeu o 3-5-2, esquema pouco usado nos dias de hoje, para ser o principal do Fluminense. O equilíbrio entre defesa e ataque é justamente o maior desafio desta formação. Com a retirada de um atacante para o acréscimo de um zagueiro, os laterais, os meias e o atacante de lado precisam compensar a perda no sistema ofensivo. Além, disso, como estão habituados a jogarem em sistemas 4-3-3, 4-4-2 e variações, os jogadores precisaram de um tempo para assimilar a nova formação.

Laterais mais soltos

O melhor exemplo são os laterais. Acostumados a jogar em linhas de quatro na defesa, os laterais tricolores começaram o ano presos. Não era raro recuarem demais e formarem linha de cinco na defesa com os três zagueiros. Aos poucos, foram se habituando a jogar mais à frente, dando o primeiro combate na intermediária e deixando a marcação defensiva a cargo dos zagueiros.

om isso, passaram a ficar mais bem posicionados para as jogadas ofensivas. Mais à vontade, Gilberto cresceu muito de produção nos dois últimos jogos. Ayrton Lucas já vinha fazendo bem esse papel até se machucar, e Marlon voltou ao time melhor do que no começo do ano.

Vale ressaltar que no 2º tempo contra o Bangu, com um a mais em campo, Abel tirou um zagueiro e colocou mais um atacante. Como dominava o jogo, os laterais continuaram atuando com liberdade para ir ao ataque.

Sornoza se encontrou

Com a responsabilidade de ser o camisa 10 e único armador de origem no time, Sornoza não havia começado bem a temporada. É verdade que um problema de saúde de seu filho vinha o atrapalhando. Mas o crescimento se dá muito mais por uma mudança de posicionamento.

A pedido de Abel, o equatoriano passou a jogar mais próximo da área e a cair mais pela esquerda, variando entre um meia armador e um apoio ao ataque pelo lado. Desde então, seu futebol aflorou. Teve uma atuação de gala contra o Salgueiro, com três assistências e um gol, e voltou a distribuir bem o jogo contra o Bangu.

A importância dos volantes

Jadson tem sido peça-chave na formação de Abel. Atuando como segundo volante, o jogador é uma espécie de curinga do meio-campo tricolor. Concilia a proteção à defesa junto com Richard ao auxílio a Sornoza na armação. Richard também tem se projetado mais na saída de jogo, dando apoio aos companheiros de meio.

Jogo começa na zaga

Destacando-se na parte defensiva, principalmente no jogo aéreo, azaga formada por Ibañez, Gum e Renato Chaves também ganhou mais responsabilidades. Com o esquema de três zagueiros, a saída de bola se inicia com eles. Por ser volante de origem, Ibañez foi quem se adaptou mais rápido, apesar da pouca idade. Já Gum e Chaves estão ganhando confiança a cada jogo.

No ataque, inversão de papéis

Centroavante, Pedro marcou na última quarta-feira seu segundo gol no ano. Ainda não engrenou no papel de referência na área. Tem tido dificuldades em ganhar algumas divididas e perdido muitos gols. Por outro lado, tem compensado com assistências. Já deu três no ano. E se Pedro não tem feito muitos gols, Marcos Jr. assumiu o papel de goleador do time. Mesmo atuando pelos lados do ataque, é o artilheiro do Flu na temporada com cinco gols. Na última quarta-feira, marcou até de cabeça, mesmo com 1,66m.

Vale ressaltar…

…que até o momento o Fluminense pegou adversários muito frágeis. O único confronto contra um time da elite do futebol brasileiro foi com o Botafogo. Mesmo assim, tem feito a sua parte: não tomando gols e, nos dois últimos jogos, vencendo com autoridade.

Um teste mais efetivo pode vir no sábado, mas é provável que o Flamengo poupe seus titulares em razão de confronto na Libertadores. Desta forma, o real potencial do time do Flu só poderá ser avaliado nas fases mais avançadas do Carioca, da Copa do Brasil e no Brasileirão.