(Foto: Mailson Santana/FFC)

O Fluminense enfrenta uma das piores crises políticas de sua história. Uma sequência de acontecimentos criaram um ambiente instável no clube. A debandada de cinco vices deu forças à oposição, que alega que a gestão do presidente Pedro Abad é temerária e causa prejuízo ao Tricolor. Confira abaixo as opiniões de conselheiros contra e pró gestão.

– O Conselho está mais dividido, é claro. A saída do Unido e Forte representou uma grande mudança no quadro. Não podia ser diferente. Desde que o presidente cedeu ingressos para organizadas até as decisões centralizadas que viraram erros crassos na condução das rescisões e dos casos Diego Souza e Gustavo Scarpa, ambos gerando enorme prejuízo ao clube, ele perdeu a credibilidade. Ele ainda tem seus apoios, mas não sabemos até quando os Esportes Olímpicos andarão com a Flusócio – disse o conselheiro Antonio Gonzalez, um dos líderes do grupo Unido e Forte.

 
 
 

– Alguns membros da Flusócio tentaram colocar a culpa das manifestações no Fluminense Unido e Forte, em mim. Mas não é verdade. Eu fiz o possível para não ocorrer, mas a torcida não quer andar junto do Abad. A gestão Pedro Abad é a gestão da mentira, e o torcedor está cansado de ser enganado. Era a hora de chamar a torcida para perto, mas o que se pode fazer? Não tem mais como acreditar nele, mas ele e o grupo que o apoia acham que estão no caminho certo. Esperamos que o Flu sofra o menos possível com isso, mas vejo um futuro sombrio pela frente – concluiu Antonio Gonzalez.

– Protestei por um ano e meio estando na Flusócio. Agora, penso que o melhor seria que ele (Abad) renunciasse. Seria melhor para ele. É uma boa pessoa. Mas essa posição dele de que “eu sou o presidente e quem manda sou eu” o levou a fazer grandes bobagens. A questão de dar ingresso às organizadas surpreendeu a todos da Flusócio, ninguém sabia. Ele abandonou o grupo dele. As críticas internas passaram a ser enormes. E, a partir daquele caso, tivemos outros erros da gestão. Foram decisões monocráticas. O caso Scarpa, Diego Souza, as rescisões dos jogadores, a questão financeira. Não dá para um presidente ter 90% da torcida contra. Qual o projeto para 2018? Não se tem. É tudo na base do espasmo. Ele perdeu as condições políticas, o presidente perdeu o protagonismo do cargo. E não dá para esquecer que a campanha teve um discurso diferente da realidade. Não dá mais. Por isso, assinei o requerimento pelo impeachment – opinou Walcyr Borges, um dos líderes do grupo Pró-Flu, ex-Flusócio e atualmente contra a gestão.

–  O clima de guerra no Conselho Deliberativo não ajuda em nada o Fluminense. Esses requerimentos servem apenas para tumultuar o ambiente e, na verdade, é essa a intenção dos que o apresentam. O próprio pedido de impeachment é um ato político para desgastar a imagem do presidente e tornar o clima insustentável. Mesmo os que assinaram não acreditam na possibilidade do impeachment. Enquanto isso assuntos mais importantes, como a reforma do estatuto, vão ficando esquecidos – afirmou Fabiano Bettoni, da Flusócio.

– O maior patrimônio do clube é o seu torcedor. Eu apenas sou contra depredar o clube, porque aí se perde a razão, causa prejuízo, mas não sendo assim, sou a favor. A pressão está sobre o Conselho por conta do impeachment, porque acredita-se que é o melhor caminho. Fora do clube, o Abad tem aprovação menor que a do (Michel) Temer – declarou Mitke, conselheiro e membro do grupo Tricolor de Coração.