Se falar em enfrentar times desesperados já causa por si só uma aflição nos torcedores tricolores. Afinal de contas, é nesses jogos em que supostamente o Fluminense tem obrigação de ganhar que costuma fazer mais feio. E a noite desta terça-feira não trouxe um roteiro diferente. Horroroso, o Grêmio, penúltimo colocado do Campeonato Brasileiro, de portões fechados, com cinco desfalques e vindo de quatro derrotas, encontrou o oponente ideal. Foi superior e venceu por 1 a 0, em casa, pela 31ª rodada. O Flu, dono de nova atuação sofrível, segue em oitavo com 42 pontos e vendo a classificação à Libertadores como um sonho distante.

Marcão apostou numa formação diferente. Mandou o time a campo num 4-4-2, com Cazares na criação e Fred barrado (Luiz Henrique e John Kennedy na frente). A partida, porém, já começou com um susto. Antes mesmo do ponteiro do relógio dar a primeira volta, Nino rebateu mal uma bola e Elias Manoel aproveitou para acertar uma bomba no travessão.

 
 
 

A estratégia do técnico tricolor de povoar o meio de campo, promissora no papel, funcionou pouco na prática. Isso porque o Flu ficava pouco com a bola. Quando a tinha, até via Cazares realmente procurar organizar e dar opções para as tabelas. O time só conseguiu mesmo ameaçar em chutes de média/longa distância com Luiz Henrique e John Kennedy. Em ambas, o goleiro Breno pegou.

Desesperado na penúltima posição, era o Grêmio quem procurava mais. Apesar de desfalcado, tomava as rédeas e encurralava o Fluminense. De perigo mesmo, além da bola na trave com segundos de partida, só chegou mais uma vez com Elias novamente chutando para Marcos Felipe defender.

Veio o segundo tempo e o Flu deu a impressão que melhoraria. Chegou a marcar com Caio Paulista, mas Marlon, autor do cruzamento, recebeu em impedimento. John Kennedy obrigou Breno a fazer boa defesa. Porém, a capacidade de ressuscitar defuntos falou mais alto. Num cruzamento de Daniel Sarará, Diego Souza se antecipou a Nino e cabeceou sem chances para Marcos Felipe

Atrás no placar, Marcão tentou mudar o time por atacado. Mandou Fred e Arias primeiro (nos lugares de André e Cazares, respectivamente) e depois Hernández e Samuel Xavier (para as saídas de JK e Calegari). No entanto, nada de produtivo aconteceu e o Tricolor, com uma atuação patética (o que já virou costume), levantou uma das piores equipes do Brasileirão. E olha que dessa vez nem tinha torcida pra gritar merecidamente “time sem vergonha” para eles darem piti e reclamarem que não jogam junto, hem…

E se diante de adversários péssimos como o Grêmio o Fluminense já consegue fazer vergonha, imaginem frente ao Palmeiras, em alta, domingo, no Maracanã? Preocupante…

O Fluminense jogou com: Marcos Felipe, Calegari (Samuel Xavier, 35′ do 2ºT), Nino, David Braz e Marlon; André (Fred, 23′ do 2ºT), Martinelli, Yago e Cazares (Jhon Arias, 23′ do 2ºT); Luiz Henrique (Caio Paulista, 31′ do 1ºT) e John Kennedy (Abel Hernández, 35′ do 2ºT).