O Fluminense poderia ter mantido no elenco uma de suas maiores revelações dos últimos anos ou, pelo menos, recebido o que desejava para liberar o meia Gustavo Scarpa, com multa rescisória de R$ 200 milhões. Através de uma conversa no Twitter, o ex-vice jurídico do Tricolor, Miguel Pachá, revelou que o clube tinha condições financeiras para quitar os débitos em torno de Scarpa e outros atletas, entretanto, o dinheiro fora usado para investir na contratação de Robinho.

 
 
 

Em entrevista exclusiva ao NETFLU, Pachá reiterou que o clube fora alertado sobre a possibilidade de sofrer uma ação, mas a cúpula tricolor não acreditou que Scarpa levaria o caso até as últimas consequências para pedir a rescisão unilateral e seguir sem custos para fechar com o Palmeiras posteriormente.

– O clube foi alertado de que deveria pagar. Foi a primeira coisa que pedi, o pagamento pelo menos dos jogadores que estivessem sendo negociados. Alertei para o risco que o clube corria e pedi o pagamento. Não acreditavam que o Scarpa ajuizaria a ação. Só soube que não haviam pago no dia em que ele não se reapresentou – disse o ex-dirigente.

A dívida do Fluminense com Gustavo Scarpa era de R$ 735 mil, referente a atrasados do FGTS (junho a novembro de 2017, direitos de imagem (agosto a novembro de 2017), o 13º salário de 2016, férias e o salário de novembro de 2017, de quase R$ 135 mil. O clube também devia R$ 84 mil mensais ao jogador de março a outubro de 2017. Os números são dos advogados do atleta.

Em um dos trechos do processo movido por Scarpa contra o Fluminense, o atleta requeria mais de R$ 9,2 milhões referentes aos salários até 2020, prazo em que expiraria seu contrato. No início de outubro do ano passado, após longa briga nos tribunais, o Tricolor selou acordo com o atleta e o Palmeiras. Na resolução, ficou definido que o clube das Laranjeiras manteria participação numa venda futura do meia e, ainda, que receberia 1,5 milhão de euros (cerca de R$ 6,7 milhões) dos paulistas. Este montante foi descontado das luvas de 6 milhões de euros (R$ 23,5 milhões, na cotação da época), que o jovem receberia ao longo de três anos de contrato.

Por fim, o apoiador também abriu mão das dívidas que o seu ex-clube ainda tinha com ele, mas exigiu que o Fluminense usasse o termo “conduta correta” no comunicado oficial sobre as tratativas. O clube verde, branco e grená aceitou a exigência. Relembre:

“O Fluminense Football Club comunica que chegou a um acordo com o atleta Gustavo Scarpa e com a Sociedade Esportiva Palmeiras. O clube sempre buscou este caminho e deseja ao atleta sorte e sucesso no restante da carreira. Agradecemos ao atleta pelo profissionalismo, dedicação e conduta correta durante todo o período em que esteve conosco”.