O presidente endereçou carta aos torcedores
O Fluminense publicou, na noite da última quarta-feira (30), em seu Portal da Transparência, suas demonstrações financeiras com relação ao ano de 2024. Na última temporada, o Clube teve aumento tanto na receita quanto na dívida.
A receita operacional foi a maior registrada na história do Flu, com a marca de R$ 684 milhões. Por outro lado, o passivo, que envolve a dívida do Clube, aumentou em cerca de R$ 43 milhões, saltando de R$ 822.933 milhões, em 2023, para R$ 865.711 milhões, no ano passado.
O documento, de 54 páginas, conta, logo no início, com uma carta do presidente Mário Bittencourt endereçada aos torcedores. No texto, o dirigente agradece o apoio do tricolores em um ano difícil esportivamente e celebra o aumento da receita. O dirigente também apontou que o projeto que visa a Sociedade Anônima do Futebol (SAF) está pronto para entrar em operação.
“Caros Tricolores,
Começo esta carta fazendo um reconhecimento necessário e indispensável. O ano de 2024 foi um dos mais desafiadores de nossa trajetória e, se não fosse pelo apoio incondicional daqueles que dividem comigo a tarefa de conduzir o Fluminense, não teríamos tido êxito na superação das dificuldades. Não conseguiríamos evitar potenciais impactos negativos em outras áreas da gestão, principalmente no financeiro e no administrativo. Passamos pelas dificuldades mantendo a casa arrumada, como se verá neste documento de prestação de contas.
A prova de que conseguimos fazer a gestão da crise de resultados esportivos do futebol profissional sem afetar os fundamentos da administração está expressa aqui, em números.
Chegamos à maior receita operacional da história do clube, de 684 milhões de reais. E isso foi conseguido num ano de extremas dificuldades dentro de campo. Os números que constam neste documento demonstram a vitalidade dos processos e da complexa engrenagem que é gerir um clube de futebol do tamanho do Fluminense.
Mas eles mostram mais. Eles demonstram o compromisso de nosso torcedor, pois conseguimos manter uma média de público no estádio muito próxima à de 2023, o melhor ano de nossa história. Nosso programa de sócio torcedor conseguiu manter-se em nível elevado, mesmo após tudo o que se passou no Campeonato Brasileiro. Nossos torcedores demonstraram, com isso, a perfeita noção do tamanho e da grandeza do clube, pois para ser grande e conseguir bons resultados, os torcedores precisam estar juntos a todo momento. Isso é o que faz um grande clube. E foi o que vocês, torcedores, fizeram.
Essa união é o que nos ajuda a superar também as dificuldades do futebol brasileiro, que vive um momento extremamente desafiador pela conjunção perigosa de fatores. Eles incluem inflação do salário de jogadores, aprofundamento da diferença de orçamento entre clubes da Série A (com o advento das SAFs), falta de fair play financeiro, um calendário de competições que é exaustivo e impõe a necessidade de elencos muito maiores e dispendiosos do que deveriam, e, por fim, uma legislação que cria obrigações para o caixa dos clubes desproporcionalmente altas em relação à sua capacidade de arrecadação.
Estamos, pouco a pouco, voltando a ocupar nossa posição entre os principais clubes brasileiros. São inúmeros os indicadores dessa liderança. A começar pela participação no Copa do Mundo de Clubes da FIFA, no próximo mês de junho. Será a terceira participação em mundiais de nossa história – e tivemos a honra de ser a segunda da FIFA em nossa gestão. Também estamos entre as maiores receitas de patrocínio; somos a quarta maior rede de lojas próprias e nossa marca teve a maior valorização do futebol brasileiro, crescendo seu valor em 184% no período entre 2020 e 2024. Das dez participações na Conmebol Libertadores, criada em 1960, disputamos quatro edições de forma consecutiva, em 2021, 2022, 2023 e 2024. Em breve voltaremos.
Mas, repito, tudo isso graças à força, ao talento e ao trabalho das centenas de pessoas que, ao meu lado, fazem a grandeza do Fluminense se refletir em cada número, em cada decisão, em cada espaço, todos os dias, incansavelmente. E, claro, à nossa torcida. Muito obrigado.
MÁRIO BITTENCOURT“
