Ganso havia sido muito cobrado no jogo diante do Avaí (Foto: Lucas Merçon - FFC)

Vocês viram o vídeo dos jogadores no banco do Fluminense vibrando como loucos no fim da partida contra o Corinthians?

Aquelas imagens me valeram mais que dez neosaldinas. Sensação ótima de que o time está com vontade de sair desse enorme buraco no qual se meteu.

 
 
 

O futebol tem suas surpresas. Minha idade e milhagem acompanhando o Fluminense me fazem saber que fórmulas fechadas quase nunca fazem sentido. Nosso time não mereceu vencer o Fortaleza, foi sodomizado pelo Palmeiras e fez um jogo extremamente burocrático contra o Corinthians. Seis pontos em nove e uma surpreendente saída da zona do rebaixamento. Não chutamos dez bolas ao gol nos três jogos. Mas trouxemos dois 1 x 0 chorados que nos recolocam na briga por uma vaga na Sulamericana do ano que vem.

É melhor vencer que jogar bonito. Essa é a frase da semana. No dia seguinte à derrota contra o Palmeiras a frase era outra: “antes jogávamos bonito e perdíamos. Agora jogamos feio e perdemos do mesmo jeito”. Se vencermos o Goiás, o resumão da torcida será algo do tipo “Encaixou, faltava proteção à zaga”. E se vencermos quatro partidas seguidas vai ter nêgo no twitter dizendo que faltam “x” pontos para a Libertadores.

Vale tudo. E tudo está certo. Quem vai dizer que não?

Eu não faço ideia do que vai acontecer com o Fluminense, mas tenho certeza – certeza absoluta – que esse time não cai se o espírito dos jogadores permanecer como está. E é aí que entram os bastidores. É aí que entra a capacidade do treinador de manter o grupo (confesso, uma surpresa para mim), o talento do Mário e do Celso (toc, toc, toc!) de jogarem limpo com os caras, de cuidarem do ambiente. Com tesão, com vontade, esse time pode beliscar uma vaga na Sula. Se degringolar iremos pro azeite. Falta ponto pra cacete para a gente atingir a zona de segurança. Segundo turno tem que ser muito melhor.

Sobre o momento do time eu gostaria de me posicionar em um assunto específico. Aliás, assunto com nome e sobrenome: Paulo Henrique Ganso. Meus amigos, se tem uma coisa que me deixa indócil, com urticárias, é ver nosso torcedor criticando o cara. De alguma forma dá um certo orgulho, afinal, time grande é isso. Pode vir o craque que for que se não for bem a galera cai em cima.

Mas… onde vocês estão com a cabeça? Em Marte? Querem quem ali? Me passem um nome viável. É sério. Quem pode fazer o que ele faz?

Ah! Mas o Ganso é lento… Ah… mas o Ganso não marca… Pô… O Ganso não é mais aquele jogador do Santos.

O Léo Arthur era? O dez do Anapolina – que é quem o Fluminense pode contratar num estalo –  é?

Ganso, meus amigos, é craque. Se fosse veloz e marcasse como o Jandir estaria jogando no Barcelona. Vamos deixar o cara em paz. Vamos deixar jogar. Li outro dia que é (ou era) o cara que mais deu passes rasteiros para finalização no campeonato. Porra… Não é possível que vocês queiram abrir mão de ver esse camarada jogar. É bonito demais. Não faz muito tempo que quem ocupava aquela posição no Fluminense era o Marquinho.

Erra passe? Erra, é obvio. O Airton não erra. Agora errar passe virou motivo de achincalhar o cara? Quem dá passe lateral erra muito menos. Ganso não carrega a bola e é o único que verticaliza as jogadas no Fluminense. Querem que acerte todos? Caramba. Vai errar a maioria, sim. Mas a questão aqui não é focar no erro. Isso é Botafogo demais pro meu gosto. O lance é mirar nos acertos. E eles virão com mais facilidade se a torcida não pegar no pé do cara na primeira vez que errar.

Não temos Diniz. Não dá para jogar como Diniz sem o Diniz. Temos Oswaldo e vamos de Oswaldo.

Tá certo em montar uma casinha mais segura lá atrás. Yuri e Allan foram bem juntos. Só não pode voltar com o Airton. Não o perdoo. Estamos há anos com esse jogador uns dez quilos acima do peso. Não era nem para estar no grupo, honestamente.

Ganso e Nenê flutuando e um atacante de lado para jogar com o excelente João Pedro. Gonzalez (péssima partida), Nem (como perde gol!) e Marcos Paulo disputam a posição. Quem estiver melhor, joga, muito embora eu tenha a maior vontade de ver o Marcos Paulo pelo meio com o Ganso, situação na qual eu enfiaria o Nenê para fazer a beira do campo, mesmo faltando velocidade para tanto.

Jogo contra o Goiás é importantíssimo. Os caras venceram apenas uma partida nos últimos dez jogos. Estão ladeira abaixo. Jogar no Serra Dourada é sempre bom. Torcida não pressiona (ainda mais em má fase) e teremos muitos tricolores em Goiânia. Vivemos momento melhor e o time tem que entrar com a faca nos dentes para devolver aquela derrota clamorosamente fabricada por um dos tantos erros de arbitragem que tantos pontos nos tiraram.

Oswaldo, não arrume confusão com o Ganso.

Tricolor, lembre a quantidade de perebas que já jogaram por ali.

O momento é nosso. Depois do jogo contra o Goiás faremos vários jogos no Rio em sequencia. É a hora da virada.

Saudações tricolores.