Por 2021


 
 
 

Barcelona, Ajax, América do México e… Fluminense.

Semana passada circulou a notícia de que a FIFA substituirá a Copa das Confederações pelo novo campeonato mundial de clubes em 2021. Vinte e quatro times, seis da América do Sul. A proposta que está na mesa (com chances reais de ser aprovada), deu à CONMEBOL o direito de escolher como serão preenchidas as vagas do nosso continente. E já houve manifestação: iriam os quatro últimos campeões da Libertadores, mais dois dos quatro campeões da Sul-Americana, que disputariam – provavelmente num sistema de mata-mata – quem seguiria para o mundial.

A uma altura dessas imagino que vocês devem achar que eu estou maluco, e é possível que vocês tenham toda razão.

Mas eu me recusarei até meu último dia neste planeta a aceitar o papel de coadjuvante que as sucessivas gestões do Fluminense nos impuseram e continuam impondo. O Fluminense não é o Fulham do Peter, nem o time que disputa rebaixamento do Abad. O Fluminense é o gigante que leva porrada e se recusa a morrer. Foi assim quando saímos da terceira divisão e voltamos para ganhar dois Brasileiros, foi assim em 2009, foi assim em inúmeros campeonatos vencidos com os “timinhos” ridicularizados pela mídia.

Se estaremos num grupo com esses times aí de cima no campeonato mundial eu não faço a menor ideia, mas que poderemos estar, disso estou certo. E não terá presidente vendedor de ídolos, grupos políticos despreparados e torcedores acomodados que me farão pensar o contrário.

Estou dizendo isso tudo porque para mim o grande campeonato do ano é a Sul-Americana. Está ultra valorizado. Além de ser um expressivo título internacional, dá vaga na Libertadores, na Copa Suruga, na Recopa e, agora, legitima a busca pela vaga no Mundial. Não é pouco. Merece toda a atenção.

Para que vocês se convençam da nossa possibilidade de buscar esse campeonato não precisa muito. Basta lembrar que ano passado, com um elenco pífio e com treinadores ultrapassados, chegamos nas semifinais e só caímos para o campeão.

Dá. E temos que buscar.

No primeiro jogo o domínio do Fluminense foi incontestável. O adversário sequer chegou na nossa intermediária. O conceito de jogo do Diniz prevaleceu. E foi bola pra cá, bola pra lá, algumas chances claras para um gol que acabou não saindo. 0x0 perigoso, mas – em razão do regulamento que privilegia o gol fora – absolutamente contornável.

O tal do Antofagasta jogará o jogo da vida. Davi contra Golias, primeira competição internacional da história, a chance de vencer um gigante brasileiro, jogando para sua torcida. Evidente que o jogo será difícil, ainda mais para um time que terá desfalques importantes, a começar pelo seu principal jogador, um PH Ganso que a cada jogo toma conta do meio de campo.

Mas jogos assim, pegados, catimbados, que valem muito, muitas vezes são vencidos nos detalhes. E acho que nosso treinador cometeu um gravíssimo erro de avaliação.

Com a contusão do Digão, zagueiro experiente e titular absoluto do time, não poderá contar nem com o Léo, nem com o Nino, já que ambos não foram inscritos.

Na véspera do jogo contra o Botafogo eu apostei com um amigo que ele colocaria um dos zagueiros que podem ir ao campo: ou Paulo Ricardo, ou Frazan. Perdi.

Ambos os jogadores não jogam uma partida oficial desde 2018 e acho uma enorme temeridade que entrem na podre num jogo mata-mata, na casa do adversário. Mas Diniz optou por manter a zaga que vinha jogando numa partida que tinha valor incomparavelmente menor do que a que teremos na quinta.

Evidente a desconfiança do treinador com os nomes disponíveis. Evidente e compreensível.

Mas e aí? Vamos com alguém sem ritmo?

Ontem (segunda-feira) li aqui no NETFLU que há chance dele colocar o Caio na zaga. Vejam, não é o Caio Henrique, é outro jogador, um cara que não deve jogar há mais de um ano e que sequer é zagueiro. Numa escala de risco, eu acho que estamos falando de algo muito alto.

Quer improvisar? Bota um dos meias que vêm jogando regularmente. Recoloca o Mascarenhas na lateral e vamos pra batalha. É o ideal? Não. Muito melhor seria se ele tivesse usado os dois últimos jogos como laboratório. Mas pelo menos teríamos um risco diminuído. O que me inquieta é ver um volante, menino, com dois ou três jogos no profissional, sem jogar há meses e meses, ser colocado numa fogueira dessas.

Não gostei. Honestamente, achei um certo desleixo de nosso treinador. Ou, vá lá, uma certa prepotência de achar que só as partes técnica e tática bastam para as vitórias. Sabemos que não é assim.

Diniz está fazendo um ótimo trabalho. Tenho ido ao Maracanã com prazer para ver esse time. É um outro Fluminense. Um time grande, que se impõe, que mete medo. E que se ainda não sobrou nos jogos mais duros, tem a seu favor a justa análise de que o trabalho está ainda em seu começo.

Na quinta-feira somos favoritos. Temos mais time, mais camisa, mais treinador e mais resultados favoráveis (qualquer empate é nosso, exceto o 0x0 que leva para os pênaltis). Mas é necessário que levemos essa partida muito a sério. Do contrário teremos que adiar mais sonhos.

E adiar sonhos é o que fazemos desde que os abilolados da Flusócio tomaram o clube com suas promessas de saneamento e títulos e realidade de penhoras e luta na parte de baixo das tabelas.

Ninguém aguenta mais.

Vamos pra cima dos caras aproveitar essa onda de ótimo futebol que o modelo Diniz nos trouxe.

2×0.

Isso contra o tal do Barcelona na primeira rodada da fase de grupos.

Na quinta qualquer placar que nos classifique estará de bom tamanho.

Abraços tricolores

CURTAS

– Rodolfo, Gilberto, Mateus Ferraz, Bruno Silva e Mascarenhas; Airton, Caio Henrique e Luciano; Mateus Gonçalves, González e Everaldo. Esse é meu time contra os chilenos.

– O Fluminense não exercer a compra do Everaldo é de uma incompetência só justificável por ser Pedro Abad nosso presidente. Já vale muito mais que o valor do passe. Mesmo se o objetivo for vender, ainda assim o que se justifica é ganhar mais para frente, de posse dos direitos do jogador

– Flu x Botafogo? Fomos muito – mas MUITO – superiores. Era um time de futebol, contra um pequeno dando chutão pro centroavante (aliás, Diego Souza, aquele mesmo que o Marcelo Teixeira rifou a preço vil, ganhou todas). Mas repetimos as mesmas carências que estão constantes em jogos de maior peso: muita movimentação, pouca qualidade nas finalizações.

– Maracanã. Todo cuidado é pouco. Eu sei que é mais fácil chover pra cima do que essa diretoria do clube se posicionar de modo eficiente, mas se por um lado sair da Odebrecht era algo fundamental, todo o cuidado é pouco para que o estádio não seja, na prática, administrado pelos interesses do Flamengo. Acho que todo tricolor teme que isso ocorra, dadas as circunstâncias políticas de nosso clube.

– Kia? Só alguém muito pouco esclarecido não concordaria com a estratégia de ampliação das dívidas a juros menores. Isso é básico. Viabiliza o fluxo de caixa, evita penhoras, traz fôlego. Mas vamos lá… O Kia? É sério isso? Será que esqueceram o passado desse sujeito? Vocês sabem que as garantias do eventual negócio seriam os direitos dos garotos de Xerém, né? Não acho razoável o Abad, com sua aprovação quase nula, dê um passo desses no final de seu abreviado mandato.

– Por falar nisso, Abril chegando e nada de notícias sobre a data das eleições. Uma vergonha.