Diego Silva dos Santos, em destaque, morreu nas mãos de torcedores do Flamengo (Reprodução Uol)

Um cenário muito longe daquele que o público se acostumou a ver no futebol brasileiro. Em levantamento feito pelo Uol Esportes, o futebol carioca não vivia um momento tão violento desde o início desta década. Nos últimos sete meses, foram três vítimas fatais em decorrência de intolerância entre os torcedores. Isso sem falar na situação grave de uma quarta pessoa que, após ser covardemente agredida, continua internada numa UTI de um hospital. A última vez que três torcedores perderam a vida em apenas sete meses na cidade do Rio de Janeiro havia sido entre agosto e novembro de 2010. Na ocasião, perderam a vida um vascaíno, um rubro-negro e também um tricolor.

A atual sequência sangrenta começou no dia 16 de julho do ano passado, antes do clássico Botafogo x Flamengo, pelo Brasileiro, na Ilha do Governador. O botafoguense Thiago da Silva França, de 31 anos, morreu em Bento Ribeiro, zona norte do Rio, após ser agredido por um grupo de rubro-negros. No dia seguinte, a Polícia Civil prendeu Leonardo Fernandes Oliveira, o Leozinho, de 22 anos, identificado como responsável pelo espancamento. O suspeito é integrante de uma organizada do Flamengo e, por ser militar, foi encaminhado ao Exército, onde ficaria “à disposição da Justiça criminal”, como informou a Polícia Civil em nota na ocasião.

 
 
 

Quatro meses depois, mais precisamente no dia 20 de novembro, foi a vez de Paulo Vitor Braga Araújo, de 29 anos, perder a vida por intolerância ligada ao futebol na Cidade Maravilhosa. O torcedor do Flamengo foi morto a pauladas em Realengo, na zona oeste. Por meio das redes sociais, amigos e parentes de Paulo Vitor disseram que ele foi atacado por integrantes de uma organizada do Vasco. Dez dias depois do assassinato, Ramon Moura Coutinho, de 28 anos, foi preso. Ele é suspeito pela morte, e pela tentativa de homicídio de um outro rapaz, de 18 anos. O suspeito foi localizado na Via Lagos, em Rio Bonito, após ter sido abordado por policiais. De acordo com o delegado Rodrigo Brand, da Delegacia de Homicídios da Capital, o acusado responderia por homicídio e tentativa de homicídio.

Após ter a última morte ligada ao futebol de 2016, o Rio de Janeiro teve a primeira de 2017. E a mesma ocorreu no último dia 12 de fevereiro. Diego Silva dos Santos, de 28 anos, perdeu a vida após ser agredido e ter o olho perfurado por um espeto de churrasco durante uma confusão entre torcedores do Botafogo e do Flamengo no entorno do estádio Nilton Santos. Um dos amigos de Diego segue internado em estado grave no Hospital Salgado Filho. O caso está sendo investigado pela Divisão de Homicídios.

Vale lembrar que, uma semana antes, o tricolor Pedro Lucas Scudieri foi agredido com golpes de uma barra de ferro ao descer do ônibus da organizada Bravo 52 nos arredores do Maracanã. O estudante de economia na UFRJ, de 23 anos, teve diagnosticado traumatismo craniano. Pedro Lucas continua internado na UTI do Hospital do Amparo, no Rio Comprido, em estado grave.