Grupo detona ausência de advogado em processo de Levir e membro quer impeachment de Abad

Post do "Tricolor de Coração" também critica postura da Flusócio

Na última quarta-feira, o NETFLU postou em primeira mão a informação sobre o processo de Levir Culpi contra o clube, cobrando pouco mais de R$2,8 milhões. Além disso, o site publicou ainda que o Fluminense não enviou, sequer, um advogado para a defesa. O assunto foi um dos mais comentados entre os tricolores nas redes sociais, gerando diversas discussões.

Neste sentido, o “Tricolor de Coração”, fez um post criticando duramente a atuação do clube. Presidente de honra do grupo político de oposição e ex-candidato à presidência do Flu, Paulo Mozart falou a respeito do ocorrido, salientando que o cenário foi de, no mínimo, uma total irresponsabilidade.

 
 
 

– Eu não tenho palavras. É tão desqualificante, irresponsável, inconcebível, que você não tem o que dizer. Só me ocorre de esperar a Justiça e pedir o impeachment do Abad junto ao Conselho. O termo técnico dessa irresponsabilidade do Flu seria incúria. Não comparecer a uma audiência é algo inadmissível para um advogado. E na nota do Flu eles dizem que vão pedir acordo. Para que o Levir vai aceitar um acordo? Você não pode recorrer a uma revelia. Isso é lei.  Se não compareceu, é porque o réu aceitou a alegação do outro. Sou conselheiro há 12 anos, fui candidato à presidência e tenho um nome dentro do clube. Por isso não posso aceitar uma coisa dessas. Alguém tem que responder por isso. Sem falar que o vice-presidente do Fluminense é advogado atuante – revoltou-se.

Confira a postagem do “Tricolor de Coração” na íntegra: 

Todos já ouviram a expressão que diz que “o futebol é uma caixinha de surpresas”. Mas o grupo político que desmanda no Fluminense há 07 anos resolveu transformar o clube em outra caixa, a Caixa de Pandora, a qual uma vez aberta revela todo o mal e origina o caos.

Depois de promessas vazias, de mentiras acerca de um suposto equacionamento de dívidas, de um orçamento hediondamente aprovado com a previsão de um prejuízo de 76 milhões de reais apenas em 2017 (cheque em branco para uma gastança desenfreada e para o aumento da dívida do clube), depois de aprovar as contas do ex-presidente Peter de maneira esdrúxula e depois de transformar o Fluminense em um verdadeiro balcão de negócios (vendendo nossas joias e fazendo acordos por Cícero e Robinho que não foram devidamente honrados), eis que hoje fomos surpreendidos com algo ainda mais inimaginável.

Veio à tona no meio da tarde a notícia de que o Fluminense Football Club foi acionado na justiça trabalhista pelo ex-técnico Levir Culpi em função de irregularidades na sua contratação.

O clube contratou o Sr. Levir Culpi através de uma pessoa jurídica. Trocando em miúdos e evitando os detalhes técnicos e jurídicos de difícil compreensão, isso quer dizer que, para BURLAR as regras da legislação trabalhista, o Fluminense determinou que o Sr. Levir Culpi constituísse uma pessoa jurídica fictícia (com CNPJ) para que, em tese, isso ficasse mais barato ao clube.

Só que o legislador e a justiça há muito sabem desse expediente e qualquer estagiário de Direito também sabe que, uma vez encerrada a prestação laboral, o “funcionário demitido” vai buscar seus direitos na justiça do trabalho exigindo o reconhecimento do vínculo trabalhista (eis que presentes os requisitos clássicos da relação de emprego, tais quais a subordinação, a pessoalidade e a exclusividade, entre outros) e todos os reflexos financeiros pertinentes previstos em lei (FGTS, aviso prévio, décimo terceiro salário etc).

E a jurisprudência é consolidada no sentido de dar ganho de causa ao trabalhador nessas circunstâncias, ou seja, o clube sabe que está cometendo uma ilegalidade e, de modo leviano e irresponsável (sem qualquer planejamento ou apreço ao dinheiro e às finanças do clube), assim procede em nome de uma falsa economia…

Deste modo, o Sr. Levir Culpi acionou o clube nesse sentido e fez uma pedida econômica da ordem de cerca de 2,8 milhões de reais.

E, pasmem, o Fluminense foi devida e regularmente citado no processo judicial em questão (processo 0100388-56.2017.5.01.0067), recebendo o documento de citação em 27.03.2017 por intermédio de um funcionário apontado como “Antônio Carlos” em seu carimbo funcional com a descrição de “auxiliar administrativo” ao lado do nome, MAS SIMPLESMENTE NÃO ENVIOU ADVOGADO NEM REPRESENTANTE PARA A AUDIÊNCIA MARCADA PARA O DIA DE HOJE (06.09.2017).

Isso quer dizer que o clube foi considerado revel e, com isso, a lei determina que SÃO PRESUMIDOS VERDADEIROS TODOS OS FATOS ALEGADOS PELO AUTOR.

Acreditem se quiserem. O Fluminense simplesmente não enviou advogado, não enviou representante e não apresentou defesa.

Isto é grave. Muito grave. Gravíssimo. Um processo que, caso houvesse planejamento e gestão responsáveis sequer deveria existir, vai ser sumariamente julgado e muito em breve vai gerar uma condenação contra o clube de quase 03 milhões de reais que poderão ser exigíveis de imediato e que, caso não haja pagamento espontâneo, podem gerar penhoras diversas no clube, pois os novos processos não podem ser incluídos no parcelamento previsto no Ato Trabalhista.

Estamos diante de um escárnio total. Uma citação recebida com quase 06 meses de antecedência não foi respeitada nem cumprida. Irresponsabilidade, desorganização e incompetência.

Será que 06 meses não foram suficientes para o clube preparar uma defesa e se programar para comparecer? Será que não houve tempo de o clube até mesmo procurar antecipadamente o Sr. Levir Culpi para tentar um acordo antecipado (se bem que a credibilidade hoje é zero, pois não cumprem nada que prometem na gestão atual)? Ou será que os novos advogados do clube viajaram antecipadamente para aproveitar o feriadão da Independência do Brasil (que começa amanhã) e para fugir do trânsito de saída da cidade?

Não importa o motivo. Importa que o Fluminense está à deriva e mal gerido. Nos últimos anos uma das poucas coisas das quais podíamos nos orgulhar era com relação ao respeito e força que o clube tinha em sua representação judicial. Mas nem isso temos mais…

E quem vai mostrar a cara para “explicar” isso agora? Quem vai pagar a conta? Será que ninguém vai preso? Será que vão tentar achar algum bode expiatório para colocarem a culpa?

Como sabemos que a gestão do clube foge de suas responsabilidades e que dificilmente vão ter coragem de “pedir o boné”, a Tricolor de Coração comunica que, dentro do que prevê o estatuto do clube, HOJE já começa a luta para obter 30 assinaturas de conselheiros para que seja iniciado um procedimento interno de apuração de responsabilidades e de impeachment do atual presidente Pedro Abad.

A Flusócio e o presidente Pedro Abad não vão destruir o NOSSO Fluminense. Nós da Tricolor de Coração não vamos deixar.

E sabem da maior? Parece que o processo do Sr. Levir Culpi não é o único do gênero tramitando contra o clube nos tribunais… Fora o risco de problemas futuros de igual ordem. Sabiam que o Fluminense tem “empresas” prestadoras de serviços com útero e com direito à licença maternidade?

Pois é… A Caixa de Pandora foi aberta. E lá dentro tem uma bomba de hidrogênio instável prestes a explodir. Vamos lutar para que tal bomba exploda e aniquile os verdadeiros responsáveis pelos desmandos e para que nosso clube sobreviva e volte a ser reconhecido no futuro como um modelo de organização igual aos tempos da Taça Olímpica.

O futuro depende de nós. Temos que arrancar o poder das mãos de quem não merece e de quem não tem preparo para tal. Participe da mudança. Seja sócio. O prazo para ter direito a voto na próxima eleição acaba em 31.10.2017.