Em sua última postagem, o grupo Associação Nacional Tricolor de Coração divulgou valores que, segundo apuração do próprio, correspondem aos valores de alguns dos patrocinadores do Fluminense. Além de cobrar transparência, o grupo de oposição revelou quanto Frescatto, Thinkseg e Tim pagam ao clube.

Chama a atenção o baixo valor dispendido pela seguradora para estampar sua marca na barra traseira da camisa do Flu: apenas R$ 50 mil por mês. Veja abaixo a postagem na íntegra e os valores:

 
 
 

Fluminense: Qual o interesse em esconder a verdade? A verdade é “ruim”?

Considerando-se o princípio ético, uma das definições de transparência é o desejo de informar tudo aquilo que possa afetar significativamente os interesses das partes interessadas, que, cada vez mais bem informadas, terão melhores condições de analisar a situação da “empresa”. E vale ressaltar que a transparência só é completa quando envolve a franqueza. Qual o interesse em esconder a verdade? A verdade é “ruim” diretoria do Fluminense?

Trazendo a questão para o caso do Fluminense Football Club, o que temos? Todos devem concordar que as partes interessadas são a própria instituição, seus sócios e os torcedores. Sendo assim, como os sócios e torcedores podem analisar a situação da instituição se não há informação? A melhor maneira de se evitar críticas é sendo transparente, porém, como vimos anteriormente, transparência envolve franqueza. E o uso desse substantivo feminino não é o forte da atual gestão.

Transparência = Sucesso?

O jornalista Emerson Gonçalves já perguntou o porquê de os clubes mais transparentes costumarem ter mais sucesso dentro de campo? E a resposta é: – A relação é simples e pode ser explicada de forma bem direta. Quanto mais transparente é a instituição, mais confiança é gerada no mercado sobre ela, e com isso mais predispostos ficam os agentes de mercado para fazerem negócios com ela. Desde investidores e patrocinadores até os próprios jogadores, que veem nas instituições mais confiáveis uma maior chance de ver cumpridos os compromissos acertados entre as partes. Quanto maior for a credibilidade da instituição, melhor será seu poder de atração e negociação junto aos melhores investidores e patrocinadores, afetando positivamente sua capacidade financeira.

E com uma melhor capacidade financeira, melhor será sua condição de contratar os melhores jogadores e montar uma equipe competitiva de verdade e condizente com as nossa tradições. E o resultado final certamente vai aparecer dentro de campo.

Perguntas sem respostas

Sendo assim, cabe a nós perguntar:

  • De todos esses patrocínios/parceiros que estampam o nosso uniforme atualmente, qual a receita gerada por cada um deles? Deixando claro que existe uma diferença enorme entre parceria e patrocínio. Nós obtivemos as seguintes informações:
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    • Frescatto: 2,5 milhões de reais/ano + alimentação para xerém
    • Thinkseg: 50 mil reais/mês
    • Tim: 1 milhão de reais/ano e apoio ao time de vôlei feminino
    • 99 Táxi: desconto para sócios usarem táxis
    • Lafe: permuta em exames laboratoriais
    • Universal Resorts:???
    • Zoom: ???
    • Mackenzie: ???
    • Euro Colchões: Permuta de colchões para Xerém

     

Como não há transparência, precisamos perguntar se realmente é isso? Estamos loteando o uniforme do Fluminense Football Club por isso? Por que em 27/06/17 o VP de MKT deu uma entrevista (https://www.netflu.com.br/vice-de-marketing-diz-ter-mais-de-20-propostas-de-patrocinio-para-o-flu/) dizendo que não iríamos desvalorizar nossa camisa.

Se tais informações estiverem corretas (esperamos que não estejam), então houve uma mudança RADICAL de postura, o que não seria novidade em se tratando da gestão da Flusócio e de seus aliados (adeptos da filosofia “palavras o vento leva”).

Claro que muitas dessas empresas estão mais interessadas em obter visibilidade diante da “final” contra o Corinthians e sabem que o “valor Fluminense” atualmente é bem mais acessível que o valor do virtual campeão brasileiro de 2017. Mas que ao menos tenhamos a competência de mostrar o valor da marca Fluminense para os “patrocinadores” e que não estejamos sendo apenas usados como “degustação” novamente.

Obviamente, não estamos pedindo para abrirem as “cláusulas de confidencialidade” dos contratos nem as “informações estratégicas” (só esperamos que o Conselho Fiscal esteja informado a respeito, porque essa desculpa já foi usada anteriormente e ninguém acreditou. #ficaadica). E se esse for o “problema” e a justificativa para não dizer absolutamente nada sobre os contratos, aqui vai a solução: – Não há necessidade de informar individualmente cada contrato. Mas por que não fazê-lo como um todo? Ou seja, basta informar o valor total recebido pelo clube com a soma dos diversos “patrocínios”.

Qual o valor das receitas?

Quanto o Fluminense Football Club teve de receitas com patrocinadores no mês de setembro? E em outubro? Ninguém sabe, ninguém viu…

Seria uma bela forma de mostrar que a gestão zela pela franqueza e pela transparência, bem como pelo respeito às “cláusulas de confidencialidade” e às “informações estratégicas”, caso a gestão abrisse tais números absolutos pelo menos. Não é difícil nem é errado. Muito pelo contrário, seria uma forma de demonstrar respeito e consideração pelo Fluminense, por seus sócios e torcedores que têm o direito de saberem por quanto estão “loteando” a nossa camisa.

Aguardamos as mesmas respostas e informações quanto ao mês de novembro. E para todos os demais vindouros. É o mínimo que a gestão tem de fazer.

A Associação Nacional Tricolor de Coração tem em seus três credos a transparência como meta e, enquanto não for atingida, essa será uma das nossas lutas. Não vamos desistir. Tudo pelo bem do Fluminense.