União entre Flu e Vélez vai muito além da semelhança nos uniformes (Foto: Reprodução)

A ligação entre Fluminense e Vélez Sársfield vai bem além da semelhança do uniforme tricolor utilizado pelos argentinos. O jornal O Globo, em sua versão online, destacou as origens da união entre os clubes.

O Vélez foi fundado em 1910 por imigrantes italianos que desembarcaram em Buenos Aires. Se atualmente o uniforme mais tradicional é o “V” azulado, o primeiro teve listras verticais em vermelho, branco e verde, pela origem europeia. A primeira relação direta com o Flu que se tem registro data de 1969, quando os argentinos enfrentaram o Santos de Pelé em amistoso para a inauguração da iluminação artificial do Estádio José Amalfitani. Segundo o site oficial do clube, a equipe utilizou os uniformes originais do Tricolor das Laranjeiras, comprados no Brasil após uma viagem de um funcionário em férias.

 
 
 

“Nossa camisa italiana tem um bela anedota. Após a visita do Santos de Pelé, em 6 de dezembro de 1969, que o Vélez voltou a vestir tricolor. Como conta o livro ‘História do Vélez’ (para o 70º aniversário), eram os uniformes do clube carioca Fluminense, que Ramón Garcia havia comprado após uma viagem para terras brasileiras”, diz o site do Vélez Sarsfield.

— Existe uma amizade de anos entre clube e torcidas, inicialmente por causa das camisas. Quando Vélez vai jogar no Brasil, tem o apoio da torcida do Fluminense e vice-versa. Depois, os clubes passaram a se aproximar institucionalmente. Creio que essa irmandade será mantida nesta Libertadores, principalmente devido aos grupos em que eles foram sorteados — afirma Juan Meza, setorista do Vélez na “Radio Continental”.

Depois de muitos anos, as torcidas também se ligaram. “La Pandilla de Liniers” é a principal organizada do Vélez. A relação mais próxima aconteceu em 2008, quando o Flu empatou em 2 a 2 com o Boca Juniors, pela semifinal da Libertadores, em Avellaneda. Nas arquibancadas, os tricolores contaram com o apoio dos argentinos, dentro e fora do estádio, ajudando a evitar possíveis emboscadas. Isso se repetiu em 2011, no duelo com o Argentinos Juniors. A relação é tão grande que só se pode entrar na sede do Vélez Sarsfield com uniformes do próprio clube, da seleção do país e do Fluminense.

— Antes do jogo (diante do Argentinos Juniors), um membro da torcida deles foi responsável pela logística de chegada do nosso ônibus. Eles abriraram o estádio e conhecemos o clube. A única camisa aceita lá, além da do Vélez, é a do Fluminense (e da seleção argentina). Hoje essa amizade cresceu — conta Pedro Muller, torcedor do Fluminense.

Em 2012, a diretoria do Fluminense, à época na gestão Peter Siemsen, e dos “fortineros”, do então presidente Miguel Pablo Calello, assinaram um documento para estreitar a relação entre os clubes. Tal acordo permitiu troca de experiências com a capacitação de profissionais realização de treinos e jogos de integração das escolas esportivas e das equipes profissionais e visitas dos times aos locais de treinamento do outro clube para treinamentos conjuntos.

Entre outras possibilidades, o convênio também previa eventos para sócios de Flu e Vélez comparecerem e participação dos grandes jogadores dos clubes em ocasições especiais. Calello deu uma placa a Siemsen parabenizando o Tricolor das Laranjeiras pelo tetracampeonato brasileiro, conquistado naquele ano. Também trocaram camisas personalizadas e flâmulas.

O Vélez estreia na Libertadores nesta terça-feira, contra o Flamengo, na Argentina.