A primeira batalha em torno da anulação da aprovação das contas de 2016 da gestão Peter Siemsen foi perdida pelo grupo de oposição Associação Nacional Tricolor de Coração (ANTC), que apoiou o ex-dirigente e advogado do clube, Mário Bittencourt nas últimas eleições do Fluminense. Isso porque a juíza Karenina David indeferiu a antecipação de tutela do caso, isto é, a liminar. Em outras palavras, significa que ação transcorrerá no tempo do judiciário, o que pode levar meses ou, até mesmo, anos.

Apesar do revés, a situação era esperada pelo grupo já que, uma vez anulada a reunião do conselho, tal decisão seria irreversível na prática. Desta forma, a representante do magistério mandou citar o Fluminense para apresentar a contestação, ou seja, a defesa, enquanto dispensou a audiência de conciliação atendendo a um pedido da TC, o que garante mais celeridade ao processo.


 
 
 

– O indeferimento da tutela não tem nada demais. É algo super normal. Mas o leigo vê uma notícia ‘liminar indeferida’ e já imagina que isso é uma decisão final. Não é. Temos um exemplo recente no caso do Gustavo Scarpa onde houve liminar deferida e depois revertida e negada em sede de recurso e nada garante o que vai acontecer depois no mérito final.
Na verdade a questão da liminar ser indeferida é apenas por conta de a juíza entender que não existe risco na demora da decisão final e porque uma liminar pode se tornar irreversível se anular e mandar fazer outra reunião desde já. Só isso – explicou ao NETFLU, Luis Monteagudo,conselheiro eleito pela Tricolor de Coração, um dos autores do processo.

O grupo de oposição que encabeça a ação está confiante para o mérito do caso. De acordo com Monteagudo, há provas suficientes para que a reunião do Conselho Deliberativo realizada em junho do ano passado seja anulada.

– Os fatos são incontroversos, públicos e notórios. Foram confessados pelo clube. A reunião foi ilegal e no mérito será anulada quando a juíza tiver a oportunidade no decorrer do processo de apreciar todas as provas e argumentos em detalhes. A reunião desrespeitou a lei, o estatuto e o bom senso ao não contar os votos. Agora é esperar o tempo normal do processo e contar com a sensibilidade do Judiciário para que se faça justiça. E sem uma audiência preliminar, melhor ainda. Mais rápido. Pediremos julgamento antecipado da lide e, com sorte, em pouquíssimos meses sairá a sentença final de mérito na primeira instância. Haverá a decretação da nulidade da reunião de junho de 2017 e a determinação para marcar outra reunião. É o que esperamos para que seja feita justiça e pelo bem maior do Fluminense. Em breve teremos uma solução. Aguardem – concluiu.


A alegação da Tricolor de Coração, dentre outras coisas, é que a reunião foi repleta de vícios e ilegalidades irreparáveis. Procurado pela reportagem do portal NETFLU, o ex-presidente Peter Siemsen não foi encontrado até o fechamento desta matéria.