(Foto: Lucas Merçon - FFC)

De volta ao time titular do Fluminense na vitória sobre o Botafogo, por 2 a 0, no último domingo, em São Januário, o zagueiro Nino foi o escolhido para conceder uma entrevista coletiva nessa última quinta-feira, no CT Carlos Castilho, na Barra da Tijuca.

O jogador comentou sobre as críticas sofridas pelo desempenho da equipe, falou da expectativa em disputar a Libertadores de 2021, projetou o próximo duelo pelo Brasileirão, contra o Goiás, e muito mais.

 
 
 

Confira, na íntegra, a entrevista com o atleta:

Críticas pelo desempenho do time

— As críticas são surgir e virão sempre. Já saí de muitos jogos decepcionado por termos sido superiores ao adversário e perder. Então, creio que no Brasileiro nem sempre vamos conseguir ganhar e jogar bem, massacrar o adversário. A gente vem de duas vitórias e um empate. Se mantivermos esse aproveitamento de a cada nove pontos fazer sete, com certeza estaremos na Libertadores. Então é continuar trabalhando, sabendo que tem muita coisa para melhorar e sempre em busca disso, mas também sabendo que não está tudo errado. Nós estamos conseguindo sair com bons resultados então tem muita coisa boa no nosso time

Teme atraso no planejamento para uma eventual Libertadores pelo fato de vir logo após o fim do Brasileiro?

– Tem coisas que não são do nosso alcance. Tento me limitar a fazer o que posso, tenho capacidade de fazer. Isso acontece em várias áreas da vida, né? Ficamos incomodados com muitas coisas, mas não temos o poder de deixar tudo à nossa maneira. Então eu me limito a fazer o que podemos dentro do campo. É um objetivo e sonho do clube. Pela grandeza do Fluminense, é sempre nesse patamar que temos de estar lutando.

Incomodado por ter ficado na reserva?

– Em algumas outras entrevistas, eu já falei da qualidade dos nossos zagueiros. Quando sei da qualidade dos companheiros que concorrem comigo por uma vaga, sei da possibilidade de ir para o banco. Não me incomoda, sei da qualidade deles. Sei que não existe injustiça quando todos são de alto nível. Minha cabeça sempre foi de me preparar para quando jogasse aproveitar. Vai ser sempre assim. O treinador é soberano e o que ele escolher vamos acatar e seguir trabalhando para o Fluminense conquistar seus objetivos.

Possibilidade de jogar a primeira Libertadores na carreira

– Um sonho, com certeza. Quando garoto a gente assiste e enche os olhos. Sonhamos em jogar sempre as grandes competições. Por um bom tempo na vida, esse sonho era distante. Cheguei a acreditar que não conseguiria jogar uma Libertadores num gigante como o Fluminense. Essa possibilidade me enche de alegria. Um sonho que não sonhei sozinho. Toda a família sonhou junto. A palavra é gratidão pela oportunidade que o Fluminense deu, pelo trabalho que estamos fazendo e lutamos para no final do campeonato conseguirmos alcançar esse objetivo.

Goiás

– Com certeza é um jogo difícil, não podemos nos iludir pela classificação do Goiás na tabela. Eles vêm numa arrancada e melhora nos jogos. Acabaram de ganhar do Santos. Time organizado, com jogadores qualificados. Têm dois atacantes que gostam do contato, da luta. Temos de entrar com o mesmo empenho. Cada jogo tem sua história. Já estamos focados no Goiás para fazer um grande jogo no domingo e, se Deus quiser, com mais um grande resultado.

Desabafo do Wellington Silva

– Sempre difícil. Sabemos que as críticas vão existir e temos de nos preparar para quando elas chegam. A cobrança sempre começa por nós mesmos. Temos objetivos e nos cobramos nos treinamentos. Chega uma hora que extrapola, chega no nosso limite. Queremos sempre agradar a quem torce por nós, os que amam o clube. Infelizmente, nem sempre isso acontece. O exagero da crítica potencializa com as redes sociais. As pessoas perdem o medo, escondidas atrás de uma tela, acham que podem falar o que querem. Também somos seres humanos, temos família que sofre com a gente. O Wellington sempre nos ajudou muito, sempre amou muito o clube. É identificado com o Fluminense, nasceu aqui. Ele mais do que ninguém queria acertar, retribuir tudo que o Fluminense fez por ele. Acabou que chegou num limite após um lance, que no meu ver é normal, não é inacreditável que ele errou. Mas no próximo jogo conseguiu fazer o gol, conseguiu nos ajudar e trazer energias boas e comentários bons para ele novamente.

Cabeça para 2021 com possível Olimpíada

– Sempre foi um sonho e continua sendo. Pude realizar uma parte no pré-olímpico e continuo alimentando o desejo de participar dos Jogos Olímpicos. A prioridade é o Fluminense, foi o que me colocou lá, o clube que estou todo dia, que me sustenta e me dá as oportunidades. Cabeça sempre aqui e focado mais nos nossos objetivos de chegar numa Libertadores. A seleção, se acontecer, é um sonho realizado, mas um acréscimo por tudo que tenho feito aqui e pela oportunidade que o Fluminense tem me dado.

Sobre o Marcão, que foi criticado

– O Marcão é um cara muito identificado com o clube, conhece nosso elenco, está disposto a ajudar e conhecia o trabalho que o Odair vinha fazendo. Tem capacidade de dar continuidade. As críticas não vão abalar ou mudar o trabalho. O Odair agora é elogiado, mas quando estava aqui era criticado. Críticas duras ao seu trabalho. Outros jogadores que saíram, agora estão sendo elogiados e aqui eram criticados. Isso não pode nos abalar. Temos de seguir trabalhando para alcançar nossos objetivos.

Marcão conversou com ele sobre ficar no banco e conversa para falar sobre volta

– Minha saída do time eu saí de suspensão, no Fla-Flu, a defesa foi sólida. Isso é um motivo claro que eu concordo. É preciso dar sequência quando o time joga bem. A volta foi naturalmente. Eu vinha bem no treinamento. O marcão e o Ailton não precisam ficar dando satisfação sempre. Eles tocam o elenco e gerem bem o grupo. Entendemos, compreendemos e sabemos que o melhor sempre será feito pro Fluminense. O time vinha jogando bem e foi justo.

Pré-Libertadores ou Libertadores diretamente. Se cair não na pré vai nem para Sul-Americana. Teme tal situação?

– A gente não pensa em ir pra Pré-Libertaodres e ser eliminado. O pensamento é ir para a Libertadores. Clube gigante tem de jogar essas competições. A partir do momento que conseguirmos ir para a Libertadores, não passa em nenhum momento na cabeça ser eliminado. Pensamento é fazer um grande jogo contra o Goiás, depois ter sequência e assim sempre tentando fazer o nosso melhor.

Obrigação ir à Libertadores?

– Não encaro como obrigação. No começo do campeonato, todos apontavam que íamos brigar para não cair. Não encaro agora como obrigação. Nosso time foi criticado durante todo o campeonato. Sempre falavam que ia perder o fôlego na próxima rodada e isso não aconteceu. Não encaramos como obrigação e sim como uma responsabilidade. Esperamos e lutamos para seguir com as vitórias, com média de pontos. Fizemos uma sequência boa no primeiro turno, mas agora é diferente. As lutas são evidentes. Vamos enfrentar times que brigam para não cair e jogarão a vida. Sabemos que será ainda mais difícil. Temos responsabilidade, mas não obrigação.