(Foto: Mailson Santana - FFC)

O Fluminense fez sua estreia na Taça Libertadores da América com um empate diante do River Plate (ARG), por 1 a 1, no Maracanã. Após o fim da partida, o técnico Roger Machado concedeu uma entrevista coletiva diretamente do estádio e analisou o resultado do Time de Guerreiros.

O treinador também elogiou seus comandados, esclareceu os motivos pelo qual optou pelo esquema de jogo utilizado na partida e já projetou o próximo duelo pelo torneio continental.

 
 
 

Confira a entrevista na íntegra:

Cazares
– Isso vai depender do que o jogador estiver rendendo técnica e taticamente. Já trabalhei com o Cazares em um passado recente, sei como utilizá-lo, do seu potencial. Tenho um grupo grande. Gostaria de ter todos à disposição no dia do jogo, mas escolho os 23 pra relação. Hoje ele entrou e pode nos ajudar, mudou as características da função depois que o Nenê deu ali sua contribuição no primeiro tempo. Conseguimos voltar para o jogo e ter vencido também.

Análise da partida
– Não fomos pro vestiário sendo pressionados por todos os 45 minutos. Nos primeiros dez minutos sentimos um pouco o jogo emocionalmente, talvez pela estreia, por ter jovens debutando na Libertadores. Nas vezes que o River conseguiu chegar perto do nosso gol, foram em bolas que nós retomamos e devolvemos muito rápido para o River, sem fazer a bola rodar de um corredor pra outro, onde os três médios com o jogador de enganche do River não poderiam alcançar com essa virada. Roubamos e não trocamos de corredor, fazendo com que a bola voltasse muito rápido pro nosso adversário. De jogada criada, o River não teve nenhuma oportunidade de gol clara, jogada construída dentro do seu modelo. Não sucumbimos ao estilo de jogo do River. Pecamos no momento que retomávamos a bola e não conseguíamos organizar nossos ataques.

– Se conseguimos manter esse nível de concentração, de atuação, não tenho dúvidas. Ainda mais começando atrás e ter tido forças para recuperar a igualdade do placar e tendo chances de virar… A atuação vem antes do resultado. Então é na atuação que nós nos baseamos se vamos ter ou não condições de conseguir chegar no gol adversário. Empatar em casa dentro dos domínios nunca é agradável, mas temos que contextualizar de que forma aconteceu e eu dei parabéns para os atletas porque foi um grande jogo, digno de grandes equipes, que desejam ser protagonistas em uma competição como a Libertadores

Análise da atuação
– Acho que sentimos um pouquinho o início, ainda mais contra um adversário de peso muito bem treinado, organizado, que poderia dificultar desde o início do jogo, com sua pressão pós-perda e jogadores de pernas muito rápidas para pressionar. Foi um início instável, mas mesmo depois da penalidade conseguimos manter o equilíbrio e voltar para a partida. Creio que este foi o ponto alto do nosso time. Em nenhum momento pensamos que estávamos fora do jogo, não mudamos as características, não nos desesperamos e construímos as oportunidades que poderiam nos ter dado a vitória.

Mais sobre o jogo
– Estadual tem um parâmetro, Libertadores tem outro. Foi um jogo de times grandes que desejam ser protagonista neste grupo. Penso que foi um grande jogo. Jogo tático, de intensidade, de bastante agressividade, cada um no seu estilo. Foi uma amostragem bem importante que nos dá a certeza que podemos evoluir muito. Enfrentamos uma equipe que, nos últimos cinco anos, tem sido a protagonista em disputas de finais importantes.

Opção por Luiz Henrique no lugar de Wellington na escalação
– A gente sabe do histórico do River jogando dentro e fora de casa, o estilo de jogo. Eles buscam propor, botar bastante gente à frente da linha da bola. Íamos precisar de mais velocidade pelas beiradas para não sucumbir ao jogo do adversário e só se defender perto do gol. Essa foi a ideia original, ter duas pontas mais leves, retomando a bola e contra-atacando, como fizemos no nosso gol.

Ganso fora, Cazares entra no lugar de Nenê e é o melhor do jogo
– Tudo é possível, depende do jogo, depende do adversário. Gostaria de ter todos os jogadores à disposição. Buscamos o Cazares para termos uma característica diferente nesta posição. Eu já tinha trabalhado com ele e sei o que ele pode oferecer. Eu tenho um grupo grande, o ano é grande, diferentes competições, importantes competições. Vamos fazendo o jogo a jogo. Colocando as opções a medida que entendemos quais características precisamos para cada adversário, de acordo com o modelo de jogo. Hoje foi importante o Nenê ter ido ate onde foi e o Cazares ter contribuído com sua parte. E em determinado momento, não tenho dúvida, eu conto com o Paulo Henrique, para que consigamos, em determinados jogos poder utilizá-lo.

Opção por sacar um volante foi porque esquema não rendeu contra Botafogo?
– Não foi essa questão. Foi pensando na estratégia. Como usei três volantes contra o Botafogo foi pensando na estratégia do jogo. E hoje usar dois jogadores rápidos pelo lado foi pensando na estratégia contra o River também.

Estratégia para próximo jogo da Libertadores, semana que vem, contra Santa Fé
– As variações que fizemos durante o estadual, elas tiveram como intuito a estratégia de cada jogo, mas também visualizando a possibilidade outras situações. Tudo é possível, jogo fora, jogo pesado. A oportunidade de poder entrar com um meio mais forte, mas eu penso jogo a jogo e neste momento eu não tenho condições de avaliar o próximo jogo (da Libertadores). Eu só penso no jogo do estadual de domingo, que é o jogo mais urgente para pensar a estratégia.