Marquinho convivia com tendinite patelar (Foto: Nelson Perez/FFC)

Quando foi contratado, em meados de 2016, Marquinho teve sua chegada celebrada por muitos tricolores, confiantes de que teriam o mesmo jogador de 2009-10-11. No entanto, não caiu nas graças e foi muito criticado. O meia argumentou que os problemas físicos o impediram de desenvolver seu futebol.

– Foi uma tendinite que não curava. Estava em um grau muito alto. Quando fiz a ressonância para investigar, estava doendo aqui, no ápice da patela, e o nervo estava necrosado. Era uma tendinite forte. O médico abriu e tirou a parte que estava doente, fez um enxerto. Eu não aguentava mais de dor. Meu rendimento caiu demais. Eu não tinha mais força, não ganhava musculatura. Era 60% do que tinha na outra perna. Eu não conseguia saltar. Se alguém viesse me driblar, eu trombava e derrubava o marcador ou girava o corpo e sentia muita dor. Outra coisa que não consegui fazer: chutar a gol. Ao colocar o pé no chão, sentia dor. Foi a maior dor da minha carreira. Parecia uma faca entrando no joelho, no nervo. Não tinha equilíbrio. Perdia em qualquer jogo de corpo, em qualquer dividida. Não conseguia subir escada direito, não conseguia firmar o pé. Comecei a acordar na madrugada, e olha que tenho sono pesado. Com o joelho latejando de dor. Acordava era 3h, 4h. Isso era resultado do esforço que fazia – justificou Marquinho, que chegou ao limite:

 
 
 

– Eu chegava uma hora e meia antes de o treino começar e fazia uma série de exercícios para minimizar a dor e poder trabalhar. Após o trabalho, a dor era absurda. Não conseguia dirigir para voltar para casa. Fiz infiltração, mas não adiantou. A operação foi a última opção. O ano ficou comprometido pela lesão. Se o cara não tem confiança, esquece. Ele não vai demonstrar o futebol que tem. E o mínimo é dar a vida no campo. Quando eu percebi que nem isso eu conseguia, decidi operar.