A nova distribuição das cotas de TV promete ser um desafio para as gestões dos clubes brasileiros em 2019. A partir da próxima temporada, os valores do acordo, além de uma cota fixa, levarão em consideração os jogos transmitidos e desempenho em campo. A tendência é que o novo acordo cause impacto no fluxo de caixa dos clubes nos primeiros quatro meses do ano. A fatia da bolada será maior em maio, quando começa o Brasileirão.

Apesar do problema de fluxo de caixa nos primeiros meses do ano, quase todos os clubes receberão uma receita maior de TV do que em 2018. Não é o caso do Fluminense, que neste ano recebeu R$ 87,2 milhões e em 2019 receberá R$ 75,8 milhões, de acordo com estudo da EY em parceria com a Grafietti, Cesar Finance & Mgmt Consulting.

 
 
 

Além do Fluminense, outros clubes também serão afetados com o novo acordo, tais como Vasco, Grêmio, Cruzeiro, Atlético-MG, Internacional e Botafogo. Já Flamengo, Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Bahia, Sport e os demais clubes da primeira divisão terão aumento na receita.

A Globo pagará 40% do montante do ano divididos igualitariamente (R$ 22 milhões por clube), com recebimento de 75% do valor entre janeiro e junho, e 25% entre julho e dezembro. A parcela da audiência (30%) será paga entre maio e dezembro, enquanto os 30% referentes ao desempenho do time serão pagos no último mês de 2019. A Turner usa fórmula parecida, com uma divisão 50%, 25% e 25%.

Com o novo acordo das cotas de TV levando em consideração o desempenho em campo, os clubes terão um grande desafio e montar elencos competitivos para terminar o campeonato bem posicionado na tabela. Em entrevista ao Estadão, Pedro Daniel, gerente sênior de consultoria para o mercado esportivo da EY, afirmou que o impacto será ainda maior para os rebaixados.

– Não existe mais o paraquedas. Vão migrar imediatamente da Série A para a Série B em termos de contrato. Os times não vão conseguir cortar despesas na mesma velocidade que perderão receitas – alertou.

Confira a projeção das receitas para 2019:
Fonte: EY/Cesar Grafietti

Grupo 1 – Flamengo – R$ 327,1 milhões
Grupo 2 – Corinthians – R$ 271,1 milhões
Grupo 3 – São Paulo e Palmeiras – R$ 173,6 milhões
Grupo 4 – Vasco – R$ 103,6 milhões
Grupo 5 – Grêmio, Cruzeiro, Atlético-MG e Internacional – R$ 100,6 milhões
Grupo 6 – Santos – R$ 105,5 milhões
Grupo 7 – Fluminense e Botafogo – R$ 75,8 milhões 
Grupo 8 – Bahia e Sport – R$ 71,4 milhões
Grupo 9 – Demais clubes da primeira divisão – R$ 55,4 milhões