Oi pessoal!

 
 
 

A Copa da Rússia termina neste final de semana e na próxima quinta-feira, contra o Vasco, será o início do mata-mata Tricolor.

Enquanto franceses e croatas consagram times com três atacantes de origem, o novo treinador tricolor abdica do velho esquema com três zagueiros “postes” do Abel.

A repetição da trinca defensiva usada pela Inglaterra, em 1966, não foi suficiente para que os ingleses chegassem novamente numa final, pois com apesar da mesma posicão tática, faltou Bobby Charlton, o talento do camisa 10, que na década dos Beatles até o English Team tinha.

Quase sempre raro no futebol europeu, hoje em dia, e praticamente uma espécie em extinção no futebol brasileiro, ao menos, numa final de Copa nesse pobre início de século XXI, veremos um dos moicanos camisas 10. Na Croácia.

Se uma das favoritas com três atacantes de origem tivesse em seu meio-campo um 10, como Luka Modrić, chegaria à final.

Vale ressaltar, incluindo o Brasil, que vem preterindo “os magros e baixos” Modrić pela força e altura do Paulinho e Fernandinho, paga o preço. Pagamos o pato e mais um mico.

Outro ponto é excluir a Espanha: Isco é outra espécie rara e um belíssimo camisa 10. Pena que disputou uma Copa num time sem atacantes para ele criar.

Modrić tem esses atacantes. E mesmo sem tanta habilidade, embora Perišić seja bom jogador, o tanque Rebić e Mandžukić são razoáveis tecnicamente, apesar do camisa 17 sendo um centroavante que possui os recursos básicos da sua função.

Só que montar um time é isso: você escala o jogador pelas características ofensiva e defensiva, obtendo o equilíbrio com 5 de cada entre os titulares. O maior pecado das favoritas e das quase finalistas Inglaterra e Bélgica.

A seleção da Rainha Elizabeth II jogou com sete defensivos apenas. Henderson e Delle Ali, cabeças-de-área, o segundo com talento do passe, considerado do estilo de Gerrard, com apenas um trio de origem ofensiva Lingard, o cara da transição rápida para encontrar o velocista Sterling e o camisa 9, o inteligente e matador Harry Kane.

Quando a escalação de Gary Southgate encontrou um opositor organizado que joga com a bola no chão, com um meio-campo mais técnico para segurar mais a bola que o seu, caiu.

A Bélgica foi outro exemplo. Empolgou a todos na 1° fase e nas oitavas quando atuava com 5 defensivos (Munieur, Alderweireld, Kompany, Vertonghen e Witsel), 5 ofensivos (De Bruyne, Mertens, Carrasco, Harzard, Lukaku), abriu mão do equilíbrio contra o Brasil, quando escalou o volante grandalhão Fellaini, tirando o ofensivo Mertens.

Não satisfeito, contra a França, escalou mais um defensor, Dembele, com Witsel e Fellaini, todos cabeças de área de origem. Enfim, um meio campo com característica muito parecida com do time inglês, Henderson, Dele Alli e Lingard.

Quando o técnico da Bélgica tentou consertar, colocando Mertens e Carrasco, soltando seus craques De Bruyne e Hazard, seu time já perdia para uma França postada na defesa, quando até o “horroroso” Giroud conseguiu ajudar, marcando na linha do volante Kanté.

Os finalistas consagram o 4-3-3, com laterais mais na marcação do que no apoio como atacantes; um trio de meio campo que tenha, ao menos, o recurso do passe vertical, mesmo se só for carregador, como Matuidi ou Rakitić, mas um pensador, um organizador, quem dita o ritmo, como Pogba ou Modrić.

Para estes dois acima citados fluírem seu futebol é fundamental e básico que a escalação do time dê opções de passes com companheiros à frente.

Pogba é mais um cabeça-de- área clássico que um 10 e tem o habilidoso e destaque no ataque, Mbappé, mais Griezmann, este bem prejudicado por jogar afastado da área para ser o 10, por dentro, onde ele “esbarra” no centroavante que destoa do time por ser limitado, escolha do “chef” da panela, Dechamps.

É isso que espero e desejo ver no nosso Fluminense: um time equilibrado  e organizado para jamais temer qualquer adversário, do Paraná Clube ao Corínthians (atual campeão).

Vamos, Marcelo Oliveira! Vamos! Sinta e solidifique em campo o que falou: ” O Fluminense não é clube para só participar. É clube para, no mínimo, ter a vaga para a Libertadores.”

Nas primeiras notícias sobre sua escalação já vemos um time menos acovardado, cheio de defensores.

Agora é esperar a postura: se veremos um time como a Croácia que marca a saída da bola adversária ou “o Irã do Abelão”: com 9 e até 10 jogadores entre nosso arqueiro e a intermediária defensiva.

Quinta-feira será o início – vinte e seis pelejas –  o “nosso mata-mata Tricolor”.

Só atuações de “guerreiros”, com “alma” não são suficientes nem decisivos, o Irã e Islândia tiveram.

No futebol sempre vai prevalecer a técnica e postura (posicionamento, estratégia, leitura de jogo), por isso um time que tome a iniciativa, jogue o jogo, é o mínimo que se exige de um clube grande, mesmo vendo o nosso Fluminense tentando sobreviver sob esse charco cheio de lama e fezes do tsunami de nome Flusócio.

Fraternalmente, ST.

Imagens: Lucas Merçon – FFC (Sornoza) e Pictures Sports.ru (Luka Modrić).