Carioca de 2017: jogadores com rodo para enxugarem o campo de Los Larios. Foto: Edgar Maciel de Sá/Agência Globo.

Oi, pessoal.


 
 
 

Eu sou do tempo que era inimaginável um clássico carioca ter menos de 30 mil ou um jogo envolvendo um dos grandes ter menos de 10, 15 mil pagantes. Tempos passados. A naturalidade com que tratam a decadência do futebol carioca é tão espantosa quanto desanimadora.

Dos anos 90 para cá, fomos perdendo mercado. Primeiro para São Paulo, o mais forte centro financeiro do país. Três das quatro maiores torcidas do país são de clubes paulistas.

O Flamengo é o único carioca que ainda resiste (e sabemos como!) a este cenário. O Vasco cresceu com a força política do Eurico Miranda na CBF (por todo anos 90) e na FERJ, a partir da eleição do Eduardo Viana (em 1986), fazendo do Vasco o principal rival do Flamengo na marra, na mídia, no país.

A “espanholização” no Rio foi tamanha que o FlaxFlu, o “Clássico das Multidões”, o mais histórico e tradicional do país, passou a ser tratado apenas como “charmoso”, iniciando essa distorção no período auge (anos 90) do poder absoluto entre Ricardo Teixeira, Traffic e Eurico Miranda.

O Fluminense, engolido por administrações coniventes diante deste cenário, incompetentes e frouxos para enfrentarem e reverterem a situação, apequenando tanto o clube que mesmo com 2 brasileiros, 1 Copa do Brasil e uma final estonteante de Libertadores, entre 2007 e 2012, não subiu de patamar como outros clubes do eixo “off São Paulo”: como a dupla Gre-Nal, o Cruzeiro e até o Atlético-MG.

A eleição da atual gestão cuja mentalidade é igual aos dos gestores dos anos 90 foi a pá de cal na nossa estagnação apequenada que desperdiçou recolocar a instituição no topo da tabela do mapa dos grandes e favoritos que o Fluminense pertence e sempre pertencerá.

Esta gestão é tão sem noção de futebol que humilhou nossa história quando, na virada de 2017-2018, vimos jogadores preferirem jogar no “quinto dos infernos” a atuar no Fluminense.

Não raro, aliás, atletas preferem clubes médios de outros locais a atuarem no Rio de Janeiro ou vestirem a camisa mais bonita do mundo.

No último domingo, atuando pelo Carioca num campo de várzea (com respeito ao Tigres que, mesmo novo, tem seu estádio, algo que foi abandonado nas Laranjeiras), pouco mais de 600 pagantes assistiram à vitória sobre o Volta Redonda.

O Campeonato Estadual do Rio entra essa semana com a segunda pior média de público do país. E o Fluminense também é responsável.

Há muito mais para ser reconquistado que conquistar. Sobretudo, o autorrespeito. Na postura, dentro de campo. Na conduta, fora dele.

Para isso, o futebol em campo, que é o que mais gosto de ver, estudar e comentar, é muito o espelho da conduta e postura da direção.

Se a diretoria é fraca, só uma comissão técnica de alto nível para conseguir montar um time com imponência ofensiva e defensiva, com equilíbrio, mesmo se tecnicamente os jogadores não forem melhores do que os “favoritos” no papel e na audiência porque piores também não são.

Na conduta passiva e acovardada, traços “dos sem face da Flusócio”, um bom começo para deixar algum legado positivo (não conto o CT porque não conheço o contrato de empréstimo, se correm juros e afins para pagarmos ao Pedro Antônio), será lutar para viabilizar o nosso sagrado Estádio e evitar o vexame de assistir ao Fluminense depender de “Los Larios” para mandar seus jogos.

Autorrespeitar-se como um clube “ENORME” (como é!) é o 1° passo para nosso retorno ao topo da escala nacional, que perdemos por pensarmos e agirmos como pequenos, refletindo em campo, com um futebol “meia-boca” que basta para ser acolhido por boa parte da torcida porque aceitou, igualmente, nosso encolhimento.

Por que não iniciar o 1° passo esta semana? Jogar bem contra o Vasco, se classificar na Taça Rio e, principalmente, reverter o placar sobre o Avaí, evitando MAIS UM prejuízo moral, técnico e financeiro!

É o que devemos fazer. É o que temos que conseguir. É para o que torceremos! Que assim seja!

Toques rápidos

– Empatando, num confronto de mata-mata, em casa, contra o Avaí, recém-rebaixado e que briga com unhas e dentes para ficar em 2° no Catarinense para jogar a final; tirar do time o único jogador capaz de dar um passe diferenciado (Sornoza) e pôr um volante-volante, é de matar.

– Por falar em “volante-volante”, não é porque o Jádson apoia regularmente que ele é um meia-armador que recua. Ele é um marcador (jogador defensivo) que apoia. Então, sim, um volante de contenção. Busquets é um volante de contenção. Mas apoia com qualidade. Iniesta é um meia de criação que dá o bote sem a bola.

– Voltando… Falta moral à direção para se chegar no Abel e chamá-lo atenção pelo erro maior e principal que determinou a derrota de quinta.

– Volto a frisar: em outros clubes como Flamengo e Internacional, Abelão pensaria mil vezes antes de fazer uma infeliz e recorrente substituição, como não fazia com Scarpa, mesmo este jogando nadica de nada.

– Por isso, repito meu APELO: jogue sem goleiro. Jogue com 9 jogadores defensivos. Jogue só com zagueiros e volantes, sem atacantes, sem centroavante, mas não jogue sem Sornoza. Não é pedir muito…

– Vamos vencer o “Asco” com gol de cabeça, não é? (Risos).

– Que nossos grandalhões estejam com a pontaria na testa!!

– Abra os olhos no cabeceio, capitão Gum, revelação Ibañez e o “esforçado” Renato Chaves (razão que me leva a “fazer um eletrocardiograma” toda vez que leio que foi escalado e o assisto a jogar).

– E Pedro, “meu garoto!”, reverencie-se também e segue “na moral” e “tranks”.

– Vamos, Fluzão!

Fraternalmente, ST.