Nobres tricolores,

 
 
 

uma das principais notícias do dia é a provável reformulação no departamento de futebol do Fluminense. Não poderia ser diferente. Temos chances de encerrar o ano sem vaga em competição internacional e, para variar, acompanhar os rivais Botafogo, Flamengo e Vasco disputando a principal delas em 2018.

Oito jogos sem vitória em jogos contra o Rubro-Negro, luta contra o rebaixamento, pior campanha entre os grandes do país, trajetória inferior à Chapecoense que começou o ano do zero ao perder, praticamente, um elenco inteiro no trágico acidente na Colômbia há pouco mais de um ano, quatro derrotas em quatro jogos contra o Grêmio, revezes “evitáveis” que ocorreram por notória falta de maturidade, quase uma centena de gols sofridos…

Confirmada ainda a classificação do Vasco, o Flu será o grande brasileiro que estará há mais tempo sem participar da Libertadores. Motivos sobram para que mudanças radicais sejam feitas. E elas passam, principalmente, pela dispensa de Marcelo Teixeira, que, infelizmente, não acredito que ocorra.

Ao lado do presidente Abad, é o responsável por esse planejamento desastroso. Não se forma um plantel com a maior parte de jogadores jovens, inexperientes ao lado de “cascudos”, com boa vontade, medianos. Lucas, Renato, Nogueira, Renato Chaves, Frazan, Reginaldo, Marlon, Léo, Marlon Freitas, Luquinhas, Romarinho, Peu…Carioquinha serve para iludir torcedor. Dirigente não pode se empolgar com vice-campeonato de um torneio onde não é preciso muito para ter algum destaque.

A ausência de investimentos e a aposta em Xerém/Samorin, tratada como única solução, mediante os sabidos problemas financeiros, nada mais foi do que um risco altíssimo. O preço a ser pago poderia ter sido um rebaixamento que, felizmente, não ocorreu devido a uma temporada espetacular de Henrique Dourado, das assistências de Gustavo Scarpa que, mesmo irregular, foi o líder no quesito, e da “bronca” segurada por Abel, que abusou nas substituições e escalações, mas geriu a nau como nenhum outro.

Marcelo Teixeira é amigo pessoal do presidente e é tratado pelo grupo que apoia como um grande estudioso. Desde 2011 no Fluminense, entregou pouco ou quase nada. Um modelo de fazer futebol sem sentido, privilegiando um projeto de difícil compreensão no inexpressivo futebol eslovaco (da segunda divisão) e a aposta desmedida em Xerém como a solução dos problemas.

Seu maior acerto talvez tenha sido a descoberta do jovem Lanzini, no mesmo ano em que foi contratado, para um período de empréstimo de um ano. Uma solução criativa, barata, que, por algum tempo, nos fez esquecer Darío Conca, negociado com a China, com a promessa de construção do CT, que só se concretizou cinco anos depois com o dinheiro de sabemos bem quem.

Teixeira vende uma sardinha como se fosse um salmão. Engana os ingênuos, arrebata corações dos torcedores de gestão e desespera a maioria que torce pelo Fluminense por sua magnitude. Nas vitórias é o gerente geral do futebol. Nas derrotas, o responsável por Xerém/Samorin. No front, Abel. Treinador, psicólogo, diretor de futebol, presidente… Ao lado, Alexandre Torres, tranquilo, calado, tímido. O bode expiatório ideal.

Noves fora a pouca proficiência com as palavras, Torres, nitidamente, exerce uma função que não lhe cabe. Mal aproveitado, é gerente de futebol apenas no nome. Não tem poder de decisão sobre contratações, dispensas, planejamento. A farsa que foi a gestão colegiada do futebol o entrega de bandeja com a pergunta, até certo ponto, compreensível: O que faz Torres no Fluminense?

Antes de aceitar o desafio no Tricolor, era observador técnico do Manchester United (ING) na América do Sul. Tem mapeado inúmeros jogadores e deveria ser utilizado neste ofício. Lhe ofereceram uma posição onde não tem poder, nem perfil. No comitê do futebol é assim: de um lado, Abad, Teixeira e, anteriormente, Veiga. Do outro, Abel e Torres. O placar clássico de 3 a 2 era contínuo.

Conseguiu engatar algumas de suas ideias, como a chegada de Válber, uma espécie de treinador de fundamentos para as divisões de base, visto que muitos deles, que, inclusive fazem parte do elenco profissional, chegam com defeitos básicos como pegar impulsão para cabecear, intensidade de jogo, “correr errado” e etc…

Tentou ainda levar para Xerém um profissional de sua confiança, Édson Souza, ex-jogador do Fluminense, com passagens por equipes menores do Rio. Hoje é treinador do Nova Iguaçu. Teixeira preferiu Leo Percovich. Estudioso, com experiência nos Estados Unidos, Inglaterra e uma relação muito próxima com um funcionário ligado ao gerente geral do futebol tricolor.

É hora de mudar. E pensar grande. Meu escolhido para a direção do futebol está denunciado na imagem que ilustra o post. De trato reto, objetivo, conhecimento e “casca”, Muricy Ramalho é meu nome ideal para tocar o departamento.

Na ausência de recursos, Muricy e Abel seriam chamarizes para jogadores diferentes destes que o Fluminense trouxe para 2017. Manteria Alexandre Torres, mas em outra função. Sendo o responsável pela prospecção de atletas no Brasil e América do Sul, chefiando a equipe de scout do clube.

Acima do tricampeão brasileiro, por força do estatuto, é necessário um vice-presidente. Abad, como o próprio já deixou claro no debate realizado pelo NETFLU, não entende de futebol. Sua missão, enquanto presidente, é prospectar o mercado em busca de pessoas com experiência no ramo.

Podem torcer o nariz, levantar suspeitas, fazer indagações covardes, mas se o Fluminense somos todos nós, a política deve ficar em segundo plano. Alcides Antunes seria o meu vice. Tem a confiança de Muricy. Foram campeões nacionais em 2010 também pela sapiência na administração de vestiário. Formaria uma tríade de raposas, no bom sentido, com o ex-técnico tricolor e Abel Braga.

Honestamente, acho difícil que um convite dessa envergadura seja feito. O Fluminense de hoje pensa pequeno. Marketing é custo, ídolos são caros, vencedores são extirpados e  time forte é para um futuro que nunca chega. Segue sendo conduzido como uma padaria, conforme escreveu o colega de espaço, Marcos Caetano um ano e meio atrás. Ainda assim, acontecendo o improvável, creio que Muricy Ramalho esteja confortável na resenha do Sportv, comentando jogos no ar condicionado dos estúdios e cabines. Muito mais do que administrar a fogueira de vaidades no Tricolor, onde taxista, advogado e funcionário público influenciam nos rumos do clube.

Registrada a minha singela contribuição para um Fluminense mais forte, torço por dias melhores. Mais um 2017 ninguém aguenta. Que a centelha de esperança não seja dissipada por ilusórios discursos, planilhas e power points.

 

– Henrique no Corinthians? Na base da troca pode ser interessante

– Que não inventem a permanência de Lucas

– Olho na América do Sul. Arrojo!

– Empate com o lanterna para ficar com a última vaga da Sul-Americana

– O segundo campeonato mais importante do continente segue sendo a prioridade para 2018

 

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