Foto: Lucas Merçon/FFC

O futebol profissional é um setor da economia que envolve cifras impressionantes. Um negócio. Enquanto, nos grande clubes, o futebol estiver submetido a um modelo de gestão onguiano, onde os executivos não se remuneram e não respondem pessoalmente por seus atos, prevalecerá uma contradição orgânica, insuperável. Sobrevivem no mesmo organismo uma organização não governamental que recebe um pacote de incentivos do contribuinte e uma megaempresa que trabalha com operações de grande monta e escala. Um condomínio que responde a apenas o quadro social e um gigante corporativo que mantém milhões de clientes fidelizados.


 
 
 

Não é por outro motivo que os interesses que gravitam em torno da gestão dos clubes ultrapassam os interesses de seus clientes e de seus quadros sociais e se transformam em fontes de aliciamento e corrupção.

As soluções encontradas para superar essa contradição gritante sempre descambam para vias informais que flertam perigosamente com a ilegalidade ou com padrões éticos indesejáveis. Lembra muito as contradições do modelo de financiamento de campanhas políticas, no Brasil.

Não são mais os nomes que pesam, e sim o que há por trás dos interesses que eles representam. É isso que tem que ficar claro numa eleição nos grandes clubes. Quem recebe e por que recebe; quem são os agentes que se beneficiam das ações dos dirigentes; que grupos sustentam politicamente os candidatos e por que o fazem; quem se locupleta, direta ou indiretamente, pelas operações no balcão de negócios que são as divisões de base, e por aí vai.

Os clubes profissionais dependem da regulamentação de uma instituição comandada por um mandarinato suspeito que se mantém pela troca imoral de favores, como a CBF. A prevalecer esse modelo, vamos chafurdar em Brasileiros com o nível do deste ano e com clubes dirigidos por facções que nem de longe representam seu maior capital, o torcedor.

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O Fluminense se transformou no paraíso de tecnocratas sem biblioteca, de teorias sem verbo, de conceitos sem essência, num oceano de clichês.

Sobrevivem raquíticas teorias de fazer corar um aspirante a estágio em uma empresa incubada numa universidade de segunda.

O patrimônio intelectual desta gestão cabe num pen drive bolorento que achamos numa gaveta indatada

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Eleições no Fluminense escoam sempre para o patíbulo da cretinice. São de uma pobreza intelectual de fazer inveja à biografia não-autorizada do Alexandre Pires.