Fala, galera!


 
 
 

Essa imagem acima do Maracanã lotado vai se tornar cada vez mais incomum no Fluminense. Além de se tratar de uma tendência em grande parte do futebol brasileiro, no Flu, a perspectiva é ainda pior. A diretoria atual toma cada vez mais ações para dificultar a ida do seu torcedor ao estádio. Reflexo disso? Espaços vazios e as receitas lá embaixo.

Para começar, o time não inspira os tricolores. Acostumados com o passado recente de Fred, Deco, Thiagos Silva e Neves, entre outros, a torcida não tem muita ambição em acompanhar o elenco atual. Somado a isso temos um dos principais motivos para a evasão: ingressos caros. No confronto diante do Cruzeiro – nosso freguês, apenas para constar – o bilhete no valor cheio custa R$ 50. Caro!

A última nova é a dificuldade que os clubes colocaram nas gratuidades. Idosos, deficientes físicos ou crianças de até 12 anos não poderão mais resgatar os ingressos no dia do jogo. Ou seja, esses beneficiários precisarão ir ao Maracanã ou Laranjeiras com antecedência para buscar o bilhete. Com o crescimento da Internet e da otimização de processos, é um retrocesso. Entendo que as gratuidades geram um custo para os clubes, porém, não é cerceando o torcedor que resolverá este problema. Não seria mais inteligente promover ações de marketing e vendas para que essas gratuidades dentro do estádio pudessem “se pagar”? Promover o consumo desses expectadores e faturar de forma indireta?

E os tricolores de outras cidades ou estado, o que fazem para garantir a gratuidade ou de seus filho? Pega um “busão” na rodoviária durante a semana para buscar uma isenção no Rio de Janeiro? Mais fácil pagar o ingresso. Será que a intenção é exatamente essa?

O sócio torcedor do clube também é ineficiente. Não agrega valor para o torcedor, muito menos ao clube. Chuto dizer que atualmente temos menos de 10 mil sócios ativos, com a mensalidade em dia. O relatório do “Movimento por Um Futebol Melhor” é falho. Não contabiliza em tempo real como dizem.

Vale lembrar também que não há gratuidades no setor Sul do Maracanã. A criançada, futuro da torcida do Fluminense, não pode acompanhar as festas que, na maioria das vezes, é realizada neste espaço do Maraca. O responsável acaba sendo obrigado a acompanhar as partidas nos setores centrais do estádio, por conta desta limitação imposta pela administração de Pedro Abad.

E o que dizer do curral que o GEPE determinou para as torcidas organizadas, com a aprovação do Fluminense. Escrevi recentemente que torcedor não é bandido, nem bicho. Mais uma tentativa impensada dos gestores. Enxugar gelo é com eles mesmos!

Para concluir, o jogo entre Fluminense e Cruzeiro deste domingo vai ser televisionado para o Rio de Janeiro. É essencial transmitir os jogos do Flu, mas, diante deste cenário nada animador, o que faz o torcedor ir ao Maracanã, se pode assistir do sofá de graça? R$ 50 do ingresso, além dos custos de deslocamento, dá para fazer aquele churrasquinho e aproveitar muito mais. Ou seja, todos os ingredientes para esvaziar a arquibancada.

O clube é refém da TV- também – por conta de antecipação de cotas. Mas não há a mínima autonomia para definir que os jogos dentro de casa não deveriam ser transmitidos. O torcedor merece sim e pode ver o jogo de casa. Mas o incentivo no campo foi embora. O Fluminense vai crescer com títulos, disputas nas principais competições e ídolos. Não é brigando todo ano pelos 47 pontos no Campeonato Brasileiro.

Se continuar desta forma só há uma certeza: No fim do ano, ingressos a “20 pratas” para chamar o torcedor na corrida contra o rebaixamento.

Por hoje é só. Saudações!