O debate envolvendo o centro de treinamentos do Fluminense voltou à pauta nesta terça-feira, após matéria do portal Globo Esporte, confirmada pelo NETFLU, a respeito do projeto em torno do novo auditório e sala de imprensa do clube. Em entrevista exclusiva ao site número 1 da torcida tricolor, Pedro Antônio reafirmou que já existia uma sala para a imprensa pronta no CT, antes mesmo de sua exoneração há mais de um ano e meio. O espaço, no entanto, fora preterido para a improvisação do local onde funcionará o refeitório dos funcionários, por conta do tamanho. Chateado, o ex-vice de projetos especiais, que era responsável todo o complexo até a sua saída do clube, criticou:

– Infelizmente o marketing do Fluminense é manipulado politicamente. Tanto que existem algumas pessoas que tinha sido demitidas no passado e retornaram ao marketing. Ninguém se deu ao trabalho de avaliar o projeto do CT do Fluminense que havíamos deixado lá. Sala de imprensa é uma coisa, local de entrevista é outra. O que é a sala de imprensa que deixei pronta, que poderia ser utilizado? É onde os jornalistas teriam sua mesa de trabalho, privacidade. Se você for na sala atual, ela é projetada, tem dois banheiros, sendo um masculino e outro feminino, local para coffee break e mesas, que agora estão sendo utilizadas no refeitório. Fizemos um projeto com a sala de imprensa para os jornalistas trabalharem com wi-fi, banheiros e tudo. Entrevistas, sim, seriam no auditório – contou.

 
 
 

O NETFLU apurou que o sistema de internet via rádio está instalado há cerca de dois anos no centro de treinamento, embora os jornalistas jamais tenham tido acesso. A antena fica entre a torre e a entrada para a academia. Pedro Antônio havia comprado as cadeiras da sala de imprensa com sua esposa, na Tock & Stock e o espaço conta com duas portas de vidro no lado direito da torre perto do acesso da rampa de cadeirantes. Na época, o ex-dirigente dissera que o espaço não havia sido entregue porque estava esperando as fotos ampliadas de jogos que estavam sendo emolduradas pelo marketing. Atualmente, o ambiente que era pra ser uma base para os repórteres e toda a cobertura que vai CT, serve como depósito de camisas. A assessoria de imprensa do Fluminense, procurada pelo site, explicou o motivo da não utilização do local.

– O espaço é inadequado: sala pequena e triangular. Além disso, não houve um projeto arquitetônico e acústico tanto para as entrevistas coletivas quanto para o trabalho da imprensa – informou.

A partir do informe da assessoria de imprensa tricolor, o NETFLU procurou outra vez Pedro Antônio, que se posicionou.

– Sobre o projeto novo da Ambev, eu vi uma foto que mandaram no grupo, rapidamente. Aquele espaço que deixamos é um auditório grande, pé direito, super elogiado e vai dar de 10 a 0 no CT do Flamengo. Tem uma entrada, inclusive, no fundo dele, para entrar o jogador e o técnico sem cruzar o caminho dos jornalistas. Ali é o lugar de entrevistas. Então, dizer que a sala de imprensa não é apropriada para entrevistas é tentar induzir a uma falsa ideia. Ela não foi feita para entrevistas, mas para trabalhar. Esse é o projeto, não tem erro. A sala de imprensa não é quadrada? E daí? O prédio não é quadrado também, porque o terreno não é tão grande. A menos que alguém consiga redesenhar, aprovar e refazer tudo. Se deram ao trabalho de tentar olhar o projeto original? O refeitório vai ter o quê? Como sempre, criticam. Fizemos 40 fotos lindas para colocar como decoração, basta perguntar ao fotógrafo demitido e à Carina Ceroy (ex-chefe da comunicação do Fluminense). Ela tem as fotos, ficou responsável. Era para usar tudo provisoriamente até ter o auditório – ressaltou.

Foto: GloboEsporte.com

O auditório projetado pela Ambev terá espaço para 50 pessoas e poderá ser usado pelo técnico Fernando Diniz para realizar palestras aos jogadores. O valor investido é mantido em sigilo por força contratual. A previsão é que o projeto seja finalizado em abril.

A sala e o auditório ficarão no mesmo espaço, separados por um vidro. No auditório, onde ocorrerão as entrevistas, haverá um backdrop em LED para a exposição de patrocinadores, e um sistema de som para a captação de áudio. Os jornalistas terão uma área de trabalho, com baias e wifi. A sala de imprensa será batizada com o nome de Paulo Julio Clement, jornalista e torcedor do Fluminense que morreu no acidente aéreo com a delegação da Chapecoense em 2016.

– Pelo que eu vi do desenho que eu vi da foto, rapidamente, eles vão fazer sala de imprensa onde estão dando entrevistas. Amigo, ali é o refeitório. Onde será o refeitório no futuro? Ali não é lugar da acústica. É lugar das entrevistas. Eu tive com um executivo de futebol do Palmeiras que falava que aquilo era melhor do que a sala deles. Era um ponto alto. Os caras fizeram um projeto de marketing político em cima de eleição. Só falta eles dizerem que vão fazer a lavanderia, que está pronta desde aquela época, faltando apenas roupa suja e sabão. Por que não usam essa lavanderia? Até hoje as roupas têm de ir para as Laranjeiras para serem lavadas – concluiu PA.

Vale lembrar que o milionário Pedro Antônio Ribeiro está cotado para ser um dos candidatos à presidência do Flu, mesmo tendo lançado uma carta, ano passado, dizendo que abriria mão da política tricolor.