Nada justifica o desinteresse do Fluminense na partida contra o Sport. Pode-se dizer que o Leão tinha mais fome, dada a premente necessidade de vitória para seguir com chances de se manter na Série A.

 
 
 

Este cenário, porém, não exclui outro. O Flu também tinha obrigação de ganhar.

Por objetivos maiores, como classificação a competições internacionais, por sua camisa pesada, por respeito aos 13 mil torcedores que se atiraram à sua paixão de ver o Tricolor atuar.

Se os atletas do Flu imaginaram que o fato de terem dissipado o risco de queda contra a Ponte deu a eles o direito de cumprir jornada tão desprovida de senso de responsabilidade, estavam enganados.

Não fecho os olhos para a luta deste grupo ao longo da temporada, em meio a tantos problemas, tanto desgaste. Foram, sim, e são, profissionais.

Mas nada disso viabiliza tamanho papelão. Foi flagrante a apatia.

Salvaram-se Douglas, Marcos Júnior, que, ao marcar de bicicleta, seguramente fez o gol mais bonito de sua carreira, e Henrique Dourado, que não recebeu o terceiro amarelo e terá a chance de defender o posto de artilheiro do Brasileiro na última rodada.

O resto foi ao Maracanã bater ponto. Inclusive Abel, equivocado em suas substituições, que esfriaram qualquer tentativa de reação. Sem meias, só com volantes, a bola não gira, o time não articula, Dourado sofre de solidão.

Contra o Dragão, domingo que vem, o time terá a sua última chance de ficar com uma das vagas na Copa Sul-Americana.

Terminar 2017 sem ela seria frustrante demais para a já decepcionada e esclarecida torcida tricolor.

***

Leia mais sobre o vexame do Flu no Blog Terno e Gravatinha, há mais de dez anos no ar. É só clicar! http://blogternoegravatinha.com/