(Foto: André Durão)

O contrato entre o Fluminense e o Maracanã, que dá ao clube o direito de ocupar o setor sul do estádio, causou muita polêmica na semana da final da Taça Guanabara contra o Vasco. O compromisso firmado em 2013 dava ao Flu, segundo a diretoria, “custo zero” na operação de cada partida no estádio. No entanto, o portal Globoesporte teve acesso aos documentos e detalhou o caso.

Por conta de alguns aditivos, que foram acrescentados ao vínculo posteriormente, o Tricolor passou a amargar alguns prejuízos e a ter que pagar R$ 100 mil de aluguel para atuar no Maior do Mundo, além de ter responsabilidades nas despesas que anteriormente eram de obrigação do Consórcio. Confira, em detalhes, o contrato original e os quatro aditivos que foram incorporados no documento:

 
 
 

Contrato original

Em 27 cláusulas, o Complexo Maracanã e o Fluminense estabeleceram as regras da parceria em 10 de julho de 2013, data em que ocorreu a assinatura do compromisso. Ficou estabelecido então que o Tricolor tem a obrigatoriedade de mandar seus jogos no estádio sem o pagamento de aluguel. Caso não o fizesse, correria risco de multa.

As receitas seriam divididas e o Maracanã ficaria com a totalidade referente a alimentos e bebidas, com exceção dos produtos vendidos na loja do Fluminense. Com relação aos ingressos, o Tricolor ficaria com o valor gerado pelos setores Sul e Norte (arquibancadas) e o Consórcio com os setores Leste e Oeste (cadeiras e camarotes). Além disso, novos detalhes foram estabelecidos em outras cláusulas:

  • Os custos de bilheterias são do Maracanã.
  • O Flu tem liberdade de definir o preço do ingresso, e o mais barato a ser cobrado pelo concessionário teria de ser 70% mais caro do que o estabelecido pelo clube.
  • O Flu tem direito a um vestiário, a uma loja e a um camarote dentro do estádio.
  • O estacionamento é administrado pelo Maracanã, com quatro vagas ao Tricolor.
  • A publicidade do estádio é direito do Maracanã.
  • Como uma espécie de luvas, o Maracanã pagou R$ 8 milhões a serem investidos no time do Fluminense.

Aditivos

O primeiro aditivo

  • Firmado em 27/2/2015
  • Fluminense passa a pagar R$ 10,37 por torcedor presente no estádio
  • Fluminense passa a receber a totalidade da receita com bilheteria
  • Acordo válido para o Campeonato Carioca de 2015

O segundo aditivo

  • Firmado em 24/3/2015
  • Flu passa a pagar o que é definido como custo operacional, aluguel e confecção de ingressos
  • Os R$ 10,37 por torcedor continuam, mas com limite máximo de R$ 311 mil
  • Cada ingresso emitido e usado tem o valor de R$ 1,76
  • Acordo válido para o Campeonato Carioca de 2015

O terceiro aditivo

  • Firmado em 1/6/2015
  • Excluída a setorização do estádio e a determinação de que a SPE tinha de cobrar ingressos 70% mais caros do que os do Flu
  • Preços passam a ser definidos em conjunto
  • Receitas com ingressos têm nova divisão: Flu fica com 55%, SPE com 45% (a título de locação), exceto camarotes.
  • Flu pode retomar o contrato original ao final de 2015

O quarto aditivo

  • Firmado em 1/11/2016 para a reta final do Brasileirão
  • Validade de 1/10/2016 a 31/12/2016 renovado automaticamente até 31/3/2017, caso nenhuma das partes se manifeste
  • Define em R$ 100 mil o aluguel do estádio a ser pago pelo Flu
  • Estabelece multa pelo índice do IGPM mais 1% de juros ao mês e 2% sobre o total
  • Flu fica com a receita total de ingressos e 25% da receita dos bares
  • Concessionária não opera mais os jogos e tampouco vende ingressos, mas mantém a administração do estacionamento
  • Placas de publicidade no campo são exploradas pelo Flu
  • Flu assume custos de segurança, cadeiras danificadas, médicos, orientadores, limpeza e credenciamento