Sai ou não sai? O projeto de revitalização das Laranjeiras, proposto por um grupo de tricolores que fazem questão de não levantar bandeiras políticas, está emperrado. Com o planeamento básico pronto, o escritório de arquitetura responsável pediu 30% pra dar continuidade, incluindo o licenciamento junto aos órgãos públicos necessários. Essa porcentagem equivale a R$ 240 mil, mas o presidente Pedro Abad, que autorizou a movimentação em torno da ideia, teria dito que o Fluminense não tem esse valor.

Com relação às quantias propostas, os contratos estão sendo fechados, mas são proporcionais e condicionados à aprovação do projeto pelos órgãos de patrimônio. Entende-se que o presidente Abad deixa o barco correr, afinal, se sair do papel, a ação será considerada uma “bola dentro” da gestão. Em contrapartida, a Flusócio, base de sustentação do mandatário tricolor, segue não nutrindo simpatia pela ideia.

O NETFLU apurou que o maior grupo político de apoio à administração Pedro Abad não tem nenhum representante entusiasta da ideia em tentar reativar o Estádio das Laranjeiras para jogos oficiais. E não têm por uma questão de escolha, já que a composição é livre, onde se reuniram pessoas interessadas independente de grupos. Um dos que iniciaram a ideia, por exemplo, foi Eric Menezes, membro da Flusocio. Ele, no entanto, deixou de participar por questões profissionais.


O escritório contratado já apresentou um estudo preliminar. Sem contar com auxílio oficial do Fluminense no que tange a questão financeira, devido aos problemas com fluxo de caixa do clube, que prioriza outras demandas, os responsáveis vislumbram uma solução. A proposta é elaborar o projeto e executar a obra obtendo recursos fora do orçamento do clube, tendo somente o institucional do Tricolor e trânsito com os executivos para o desenvolvimento dos trabalhos. A obtenção de recursos viria de doações, de campanhas para arrecadação e de possíveis parceiros que utilizarão as instalações.

Vale destacar que boa parte da Flusócio, no entanto, entende que a proposta de revitalização de Laranjeiras pode esvaziar o interesse de parceiros por um estádio novo, bem como “apequenaria” o Fluminense. A área das Laranjeiras, porém, é similar a da Vila Belmiro, onde o Santos manda seus jogos. Além disso, o grupo de apoio a Abad mantém a ideia de uma casa própria para 40 mil pessoas entre a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste do Rio. Para os mantenedores do objetivo de reformar as Laranjeiras, porém, uma coisa não inviabilizaria a outra.

Por fim, defendem que a restauração de Laranjeiras tem um timing mais curto, inclusive pra desonerar o clube dos custos com Maracanã em jogos como da última rodada antes da parada para a Copa do Mundo, diante do Santos. Na ocasião, 6.745 torcedores pagaram pelo ingresso e o Tricolor da Laranjeiras teve um déficit de R$ 261.660,39. Das cinco partidas que disputou no estádio até o momento no Brasileirão, contra Cruzeiro, São Paulo, Atlético-PR, Chapecoense e Santos, o Fluminense teve um saldo positivo apenas no duelo com o São Paulo – que terminou empatado em 1 a 1 -, na terceira rodada, quando conseguiu um lucro de somente R$ 33.140,94.