(Foto: Divulgação CBF)

Entra ano, sai ano e a discussão nas mesas de bar prosseguem: Os Estaduais devem continuar? Os defensores apelam para a tradição. Os que são contra, acreditam que não há mais espaço para essas competições. Fato é que as competições de 2017 contam com regulamentos, no mínimo, esquisitos, decisões contestáveis e outros. O site Lancenet listou alguns deles:

1 – A Federação Paranaense tentou impedir que Atlético e Coritiba transmitissem o clássico da fase de classificação pelos seus canais de internet. Foi mais realista do que o rei, quis agradar a Globo que não havia conseguindo, por pagar pouco, negociar com os clubes. Mas o tiro saiu pela culatra: a dupla Atletiba resistiu, recusou-se a ​entrar em campo e, só quando a cartolagem recuou, o jogo foi remarcado. Uma briga histórica e que trouxe benefícios aos clubes. Só o Facebook teve 2,4 milhões de acessos ​na transmissão ao vivo do confronto, o dobro da população de Curitiba. E o canal do Furacão no Youtube pulou de 18,6 mil para 47,1 mil seguidores. Foi tudo tão bom que decidiram repetir a dose: os dois jogos das finais serão também transmitidos somente via internet.

 
 
 

2 – A Federação Paulista permitiu que o Linense vendesse o mando de campo e fizesse no Morumbi os dois jogos contra o São Paulo pelas quartas de final do Paulistão. Uma brecha do regulamento ​possibilitou​ a manobra​ e a renda das duas partidas foi dividida ao meio pelos dois clubes. De olho gordo no faturamento, os cartolas do time de Lins acabaram se dando mal: nos dois jogos na capital, o Linense embolsou R$ 268.274,42, menos do que faturara, em alguns confrontos jogando em casa ​na fase de grupos,​e menos do que Botafogo-SP (R$ 379.045,16) e Novorizontino (R$ 377.984,40) faturaram jogando a primeira partida das quartas em seus campos. E ​o pior prejuízo não foi esse: o que a cartolagem fez foi jogar mais lama na credibilidade do campeonato.

3 – A Federação do Rio conseguiu fazer um regulamento que ninguém entendeu. Dois turnos (Taça Guanabara e Taça Rio) e mesmo quem fosse campeão não garantia a vaga nas finais. O torcedor, que não é bobo, reagiu ​do jeito que pode: simplesmente não foi ao estádio. ​Assim, o prejuízo somado das duas primeiras fases do Carioca passou de R$ 2 milhões. E até as semifinais – os clássicos contra Vasco e Botafogo que levaram a dupla Fla-Flu à decisão deste domingo -, amargaram R$ 396 mil de déficit. Uma conta que, é claro, os quatro grandes é que ​vão ter de pagar. Pagar para jogar.

4 – A Federação Mineira também aprontou das suas. Só esta semana, a cinco dias do primeiro jogo da final, decidiu que Cruzeiro e Atlético jogariam no Mineirão, com 90% da carga de ingressos para os cruzeirenses e o restante para os atleticanos. A partida de volta, contudo, continua indefinida. Um laudo da PM proíbe a realização de clássicos no Independência com torcida mista – o que daria ao Galo a vantagem de ocupar todos os lugares​, o que a Raposa não aceita. ​Uma nova reunião, ainda sem data marcada, tentará solucionar o impasse. Esse tipo de indefinição parecia ser uma exclusividade do Rio, onde boa parte dos clássicos só tiveram o local definido dois ou três dias antes da bola rolar. Mas a bagunça parece se espalhar.

5 – A Federação Baiana simplesmente deu as costas aos dois principais clubes do estado. Bahia e Vitória, classificados para as finais do estadual e as semifinais da Copa do Nordeste, vão ​s​e enfrentar em quatro jogos seguidos. Juntos, decidiram rejeitar recomendação do Ministério Público que pedia torcida única no Barradão e na Fonte Nova. Mas a cartolagem manobrou, se juntou à CBF e impôs a medida. E o pior: torcedores do Bahia​, que​ já tinham comprado ingressos para o primeiro confronto, no campo do Vitória, tiveram que correr atrás para não ficar no prejuízo.