(Foto: Paulo Brito - NETFLU)

O caixa não está fechando nas Laranjeiras. Muito disto tem relação direta com a herança da antiga gestão do Fluminense, comandada pelo ex-presidente Peter Siemsen. Curiosamente, porém, as contas de 2016 foram aprovadas no início da temporada passada, numa reunião considerada polêmica. Agora, a ideia de muitos conselheiros e dirigentes é fazer a reabertura e buscar novos esclarecimentos sobre o que havia sido relatado até então. Atual mandatário do Tricolor, Pedro Abad foi o presidente do Conselho Fiscal entre 2010 e 2016.

A reabertura das contas podem ser feita de três maneiras diferentes. A primeira por vício formal, já que o presidente do Conselho Deliberativo não respeitou o estatuto na ocasião, após a votação, ignorando a contagem dos votos, por exemplo. Outro fator que pode desencadear a ação é a descoberta de fatos relevantes não informados, como dívidas não contabilizadas ou receitas superestimadas ou lançadas erradamente. Por fim, no âmbito externo, os conselheiros podem tentar a reabertura por meios judiciais, para apurar se houve fraude ao patrimônio do clube.


 
 
 

Todas as três situações se encaixam como argumento para boa parte dos sócios interessados em maiores averiguações. Mas nenhuma consequência grave, por ora, é esperada caso as contas sejam de fato reabertas e, em seguida, reprovadas. Em 2010, por exemplo, houve negativa sobre as contas do presidente Roberto Horcades, mas nenhuma penalidade foi imposta ao ex-mandatário.

Em tese, deveria ser feita uma medida para cassar o título dos responsáveis e procurar acioná-los para ressarcir o clube, sobretudo no caso de má-fé ou outras irregularidades. Atualmente, também existe a questão do Profut (Programa de Modernização da Gestão e de Responsabilidade Fiscal do Futebol Brasileiro) em torno do tema. Se ficar evidente que houve gestão temerária, a administração de Abad pode ser considerada conivente por ter aprovado os números de 2016. Já para a Autoridade Pública de Governança do Futebol (Apfut), a reprovação das contas em si não é prejudicial. Seria se ficasse evidente a má gestão e falta de governança interna.

Na véspera da aprovação das contas do ex-presidente Peter Siemsen, o então dirigente deu uma entrevista exclusiva ao NETFLU, lembrando que tinha o apoio do Conselho Fiscal, admitindo erros, mas garantindo estar com a consciência tranquila. Antes disso, ele havia escrito uma longa carta aos conselheiros falando com detalhes sobre o assunto.