(Foto: Lucas Merçon - FFC)

Um dos treinadores mais comentados do país, Fernando Diniz também foi jogador profissional. Por isso mesmo, em entrevista ao programa “Bola da Vez”, da ESPN, o técnico comentou que entende os problemas vividos pelos jogadores em geral.

– O sofrimento que tive na época de jogador, é um privilégio hoje eu conhecer o que eles passam. A história básica do futebol são caras que vêm de lares desestruturados, socialmente muito mal instruídos. E saem de casa precocemente, com 13, 14 anos. E chegam num clube de futebol. É ruim falar isso, mas são tratados como coisa. O futebol é muito apaixonante para quem está torcendo. A criança tem de aprender, sem ter como, a lidar com aquilo. Sem ter o pai e a mãe do lado, é muito ruim. E às vezes tem o pai e a mãe do lado que sem perceber acaba tratando o filho como coisa também. Pra dar alegria ao pai e à mãe. Essa é a principal distorção que tem. E isso vai se estendendo ao longo do percurso no futebol. A pessoa não é uma coisa e você precisa saber separar, principalmente na formação. A criança está lá para poder se desenvolver. Senão você não tem permissão ao erro. Se você erra, você passa a não ser um jogador ruim, mas como se fosse uma pessoa ruim. Esse tipo de comportamento foi a coisa mais agressiva que passei no futebol. Um jogador, principalmente, no profissional. Quem joga bem, tem a possibilidade de ser uma pessoa melhor que a outra e quem joga mal passa a ser um ser menor. Isso pra mim é inadmissível. E eu procuro, na medida do possível, corrigir o que eu posso – disse.