A “jaula” que separa os integrantes das Organizadas dos grandes clubes cariocas dos demais torcedores será tema de protesto. As uniformizadas do Fluminense preparam para este domingo, às 13h, na rampa da Uerj, o ato “Torcer não é crime”. O evento, antes do jogo do Tricolor contra o Cruzeiro, tem como objetivo expôr o repúdio às cercas e ao isolamento das facções.

Através do Gepe (Grupamento especial de policiamento em estádios), a Polícia Militar está de olho no evento. Mas garante que não há intenção em recuar no isolamento das organizadas. O tenente-coronel Silvio Luiz, comandante da corporação, disse ter ficado surpreso com a repercussão negativa.

 
 
 

– Em outros estados, onde os clubes cariocas também jogam, há setores destinados a essas torcidas e não há críticas. Mas no Rio tudo é sempre mais complicado.

O comandante, no entanto, reconhece que as grades podem ter influenciado na polêmica. E não descarta a possibilidade de elas serem repensadas.

– Isso pode ter influenciado sim. Talvez o material, os cabos de aço… Mas o Maracanã foi projetado para não haver divisões. E esta foi a alternativa encontrada. Ainda haverá uma reunião com todos os órgãos para definir os prazos do plano de segurança. Pode ser que haja um debate a respeito desse assunto.

Nos próximos jogos, as grades não serão mais vistas. Já foram retiradas. Foram instaladas para a final do Estadual, no último dia 8 e funcionou apenas em caráter educacional. Agora, só retornará quando os leitores biométricos forem instalados no Maracanã.

O plano também esta mesma medida em outros estádios. De acordo com Silvio Luiz, a Ilha do Urubu e o Nilton Santos, pelas suas características, já permitem o isolamento das organizadas sem maiores intervenções. Para São Januário, ele acredita que será necessária a instalação de alguma divisória.