Dudu (primeiro da direita para a esquerda) não rendeu no Fluminense (Foto: Nelson Perez/FFC)

Se fora de campo o Fluminense tem batido na tecla de que as finanças nunca estiveram tão estabilizadas como hoje em dia, dentro dele, o que se vê está longe da tranquilidade que o torcedor de arquibancada deseja. Demorando muito mais do que o imaginado para conseguir anunciar algum reforço de peso, desde as saídas de Diego Souza e Fred, homens de referência do setor ofensivo, o Tricolor preteriu atletas promissores da base, como Danielzinho, Pedro e Léo Pelé, para investir num trio que levanta questionamentos da torcida. Juntos, o lateral-esquerdo William Matheus e os meias Dudu e Maranhão podem custar cerca de R$ 12 milhões até o final de seus contratos. O acordo firmado entre os reforços e o Time de Guerreiros, aliás, possui diversas amarrações e gatilhos curiosos, apurados pelo NETFLU.

William Matheus


 
 
 

A lateral-esquerda era uma das posições mais preocupantes para o torcedor. Sem gozar da confiança do treinador, Giovanni não conseguia corresponder no setor, o que obrigou Levir Culpi a improvisar Wellington Silva naquela parte do campo. No mercado, o Fluminense optou pela contratação de William Matheus, que estava no Toulouse, da França. Com passagem interessante pelo Goiás, mas sem ter deixado boas lembranças aos vascaínos, o futebolista, que ainda nem estreou, chegou com um ponto de interrogação cravado no seu nome. Seu vínculo vai até 30 de julho de 2017 e os números em torno de seu contrato são os maiores proporcionalmente, consideradas as últimas três aquisições do clube. Entenda:

  • Caso entre em campo, William Matheus passa a receber aproximadamente R$ 130 mil mensais automaticamente;
  • Jogando, ao menos, 30 minutos de 65% das partidas, o valor sobe para cerca de R$ 165 mil mensais.
  • Somados salários, direito de imagem e bonificações, o atleta pode receber até R$ 245 mil num único mês.
  • Se levada em consideração o melhor dos cenários, ao final do contrato William Matheus terá recebido quase R$ 3 milhões de reais do Fluminense.

Maranhão

Contratado a Chapecoense, a transação envolvendo o meia-atacante possui números superiores aos de William Matheus, se considerado o período completo do contrato, que tem duração até 31 de maio de 2019. Adquirido por 500 mil dólares (R$ 1,8 milhão, respeitando cotação da moeda na época do negócio), apesar de a imprensa ter divulgado na época que o valor foi de R$ 200 mil, em virtude de um acordo feito entre o jogador e a diretoria do clube catarinense, o Tricolor tem direito a 50% dos direitos sobre o atleta. Essas são as únicas informações não confirmadas contratualmente. No Fluminense, o vínculo de Maranhão tem menos amarrações do que os de Dudu e William Matheus, embora não deixe de chamar a atenção, sobretudo num período onde as categorias de base possuem diversos atletas tão apostas quanto os nomes que chegaram.

  • O atleta receberá algo em torno de R$ 100 mil mensais no seu primeiro ano de contrato (60% do valor como salário e 40% como direito de imagem), totalizando R$ 1,2 milhão no período de 12 meses.
  • No segundo ano, Maranhão passa a ganhar R$ 110 mil mensais (60% salário e 40% direito de imagem), totalizando R$ 1.320.000,00 em 12 meses.
  • No último ano do contrato, os valores sobem para R$ 120 mil mensais (60% salário e 40% direito de imagem), totalizando R$ 1.440.000,00.
  • Somado todo o período de três anos, os ganhos totais de Maranhão chegarão a R$ 3.660.000,00.

Dudu

De todos os contratos supracitados, o de Dudu é o mais cheio de gatilhos e amarrações, que atrapalham, inclusive, um prognostico do fluxo de caixa do Fluminense, embora também sirva como uma proteção do clube caso o atleta seja pouco aproveitado. Contratado, até 31 de maio de 2019 ao Coritiba, numa transação que envolveu uma troca pelo armador Felipe Amorim (cedido por empréstimo até o fim do ano), o meio-campista estreou na rodada passada, entrando no final do primeiro tempo no lugar de Edson. Só neste duelo frente ao Sport Recife, o jogador faturou R$ 7.800,00, além de seu salário. No período envolvendo a sua contratação, a imprensa noticiou que o clube ofereceu R$ 200 mil ao Coritiba para tê-lo em definitivo, visto que seu vínculo terminava em dezembro de 2016.

  • O salário base de Dudu em 2016 é de R$ 45 mil. Além disso, R$ 1.800,00 serão acrescidos à remuneração do jogador toda vez em que for relacionado. Se atuar, ao menos, 30 minutos de 65% dos jogos, ele ganha mais R$ mil, somando ao todo R$ 7.800,00 por jogo.
  • Nesse sentido, imaginando que o atleta atue em 50 jogos, por pelo menos 30 minutos, na primeira temporada, ele embolsaria, ao final de 12 meses, R$ 390 mil, além do salário. Somados salários mais bonificações, Dudu abocanharia algo em torno de R$ 930 mil.
  • Em 2017, o salário base será de R$ 52 mil. Caso jogue pelo menos 30 minutos de 65% dos jogos, o vencimento sobe para R$ 72 mil mensais, o que daria R$ 846 mil no segundo ano de contrato.
  • No último ano do seu vínculo, o vencimento base do jovem será de R$ 59 mil mensais. Caso entre em campo 30 minutos em 65% das partidas, o valor sobe para R$ 108 mil mensais, totalizando R$1,3 milhões ao final de 12 meses.
  • Somadas todas as melhores possibilidades envolvendo o contrato, Dudu receberá aproximadamente R$ 3,1 milhões até o final de seu vínculo.

Levando-se em consideração os salários somados, imaginando que todas as bonificações sejam atingidas, os três atletas custarão quase R$ 10 milhões comprovados em contrato, conforme informações obtidas, com exclusividade, pelo NETFLU, através de pessoas ligadas ao departamento financeiro, confirmada por um membro do conselho diretor. Somado o valor da multa rescisória de Maranhão (aproximadamente R$ 1,8 milhões), além dos R$ 200 mil envolvidos na aquisição de Dudu, chega-se ao número aproximado de R$ 12 milhões.

Em termos de comparação, já que as questões financeiras andam tão em voga, o meia Vinícius, o atacante Lucas Gomes e o lateral Breno Lopes, três de algumas das apostas do Fluminense no ano passado, recebiam do clube, juntos, um total R$ 100 mil mensais, por contratos sem gatilhos, de curto período e com preferência de compra ao final dos vínculos. O dinheiro, por si só, está contado no Fluminense, mas entende-se, dentro do clube, que apostas não podem onerar tanto assim a instituição, sobretudo em função da existência de Xerém. Procurado, o clube não quis se manifestar sobre assuntos contratuais, como é de praxe.

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