O Fluminense vem fazendo um Campeonato Brasileiro às avessas do que realizou em 2011, quando também era dirigido por Abel Braga.

Naquele, o time se notabilizou por empatar pouco – apenas três ao longo das 38 rodadas.

 
 
 

Como o time perdia muito, mas também ganhava muito, o punhado de triunfos o conduziu à terceira colocação no geral, à vaga direta na Libertadores e ao título simbólico do segundo turno da competição.

Neste, o time perde pouco – só o líder Corinthians e o Santos, terceiro, foram menos vezes derrotados –, mas como empata muito – dez, rei dos empates nesta edição do Brasileirão –, o time não deslancha, fica numa espécie de areia movediça, tentando permanentemente se levantar, mas sem conseguir sair do lugar.

Ocupa, atualmente, a décima colocação, embora se mantenha sempre próximo ao pelotão da Libertadores – apenas três pontos os separam.

Contra o Vitória, domingo, o pênalti cobrado por Henrique Dourado aos 44 minutos do segundo tempo, que o isolou na artilharia do campeonato, poderia ter deixado o tricolor na porta do G6 – dentro àquela altura, em que a rodada ainda não havia sido concluída.

Mas a defesa tricolor, já provou, sucumbe a uma pressão, não resiste a uma blitz, e desmoronou mais uma vez quando o juiz já preparava para trilar o apito final.

O jogo teve vários ingredientes como o retorno de Douglas, a má atuação de Gustavo Scarpa, substituído, a escalada de Sornoza, e expulsão inconsequente do estreante Robinho, a participação decisiva de Henrique Dourado nos dois gols, as entregadas da defesa e de Wellington Silva no gol de Neilton e Kanu…

Não faltou agito, mas futebol ao Fluminense no primeiro tempo, que completou mais de 200 minutos sem incomodar um goleiro adversário até que Wendel empatasse tudo no Barradão.

Contra a LDU, quinta, a rivalidade vai falar mais alto, no Maracanã. É partida para se jogar com o dedo na tomada.

E com atenção redobrada na retaguarda. Gols sofridos em casa podem custar caro depois em Quito.

Jogo do ano para o Flu.

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Leia também “A história de um duelo sem história”, deste colunista, no Blog Terno e Gravatinha, que fala também da homenagem de Henrique Dourado a um menino portador de uma síndrome rara.