Uma sugestão tática para Abel

Foto: Lucas Merçon/FFC

 

Com 26 rodadas disputadas no Brasileirão, o Fluminense desanda como um trem descarrilando. Desde a terceira rodada, foram 24 jogos, nos quais o Fluminense conquistou somente 25 pontos. A campanha é ridícula, abaixo do potencial do elenco, e pode levar o clube de volta à Série B, após tantos anos.

 
 
 

Não imagino que Abel, integrante do panteão de ídolos tricolores, me leia; não posso ter essa tola pretensão. Ainda assim, escreverei aqui a minha sugestão tática para o Fluminense, porque, embora identifique deficiências no elenco, tenho certeza de que não é um plantel para ser rebaixado. Só de termos um grande goleiro como Diego Cavalieri, um meio-campista que é o maior assistente do torneio e um centroavante que lidera a tábua de artilheiros, já estamos acima da maior parte dos concorrentes.

As principais deficiências do elenco, a meu ver, estão no sistema defensivo: nossos zagueiros são inseguros, e nossos laterais têm sido peças nulas no gramado. Foi tentando corrigir estas deficiências que imaginei a sugestão tática que descrevo a seguir.

O campo tem 68 metros da largura – isto significa que, quando um time joga com dois zagueiros, cada um deles precisa cobrir 34 metros, aproximadamente. Quando o defensor é inseguro, como os nossos, esses 34 metros parecem um interminável latifúndio. E só há uma maneira de diminuir esse latifúndio: escalar mais zagueiros.

Contra o Grêmio, Diego Cavalieri operou três ou quatro milagres, mas não adiantou nada, porque o último ataque gaúcho acabou vencendo-o. Amigos, não há goleiro no mundo que sobreviva a um bombardeio de 90 minutos. Nossos zagueiros, Reginaldo e Frazan, não jogaram mal – mas os 34 metros pareceram acima das suas capacidades. Precisamos, portanto, de um terceiro zagueiro. O meu Fluminense de hoje teria três zagueiros – idealmente Gum, Henrique e Renato Chaves, com Reginaldo, Nogueira e Frazan substituindo-os eventualmente. A escolha dos nomes é questão de gosto pessoal – o que considero fundamental é a necessidade de escalar três zagueiros.

Também os nossos laterais têm jogado muito mal. Lucas e Léo Pelé não são nem sombra de seus melhores dias, e os suplentes não parecem estar em bons momentos. Por isso, os sacaria do time, mantendo os três volantes (idealmente Orejuela, Wendel e Douglas). Com esses seis homens dedicados à defesa, o gol de Diego Cavalieri estará muito mais protegido, muito menos vulnerável às investidas dos adversários.

Na frente, também precisamos melhorar. Nos últimos sete jogos, só fizemos gols de bola parada, o que é inaceitável. E também nisso, a minha sugestão tática pode ajudar, pois o Fluminense poderia atuar com quatro homens na frente: Wellington Silva, Sornoza e Gustavo Scarpa municiando Henrique Dourado.

Em resumo, minha proposta é o 3-3-3-1: Diego Cavalieri; uma linha de três zagueiros; uma linha de três volantes; uma linha de três meias-atacantes; e Henrique Dourado.

Com estas ou com outras mudanças, o Fluminense precisa reagir, antes que seja tarde. Que João de Deus nos ajude, nas decisões que encararemos nesses próximos dois meses.